O psiquiatra Ruy Palhano fez um alerta para a tendência de crescimento da depressão no mundo com base em dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Será a doença mental mais prevalente até 2025”, disse o médico, na terça-feira (6/12), durante palestra proferida na 2ª Jornada de Trabalho Seguro, evento promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), com o apoio da Comissão de Segurança e Medicina do Trabalho (CESMT). 
De acordo com Ruy Palhano, a depressão está configurada em pelo menos 90% dos casos de suicídio e tem relação também com homicídios. A doença aparece em primeiro lugar entre as que provocam incapacidade, seguida de esquizofrenia, transtorno bipolar, alcoolismo e TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Ele também apresentou uma série de dados que apontam o crescimento do consumo de álcool e também de drogas ilícitas. O Brasil tem 17 milhões de alcoólatras e vem diminuindo a faixa de etária de jovens entre os consumidores de drogas. Fato que está relacionado à maior oferta de drogas, acrescentou. 
Durante a palestra, que teve como tema Doença Mental e Dependência de Álcool e Outras Drogas no Trabalho, o médico Ruy Palhano também associou a questão violência e problemas sociais na atualidade à falta de efetividade das políticas públicas.
Ambiente do trabalho – O médico Ruy Palhano elogiou o TRT-MA por desenvolver ações de segurança no trabalho associadas aos transtornos mentais. O ambiente do trabalho é um espaço adequado e importante para a formulação e implantação de programas de prevenção no consumo de álcool e de drogas, enfatizou. Pelo menos 15% dos trabalhadores brasileiros apresentam dependência ou problema de abuso de álcool. E o uso de cocaína, crack, maconha e anfetaminas tem elevada incidência no afastamento do trabalhador de suas funções laborais.  
“Uma política de prevenção sincera, responsável e de longa duração é sempre o melhor caminho”, disse Ruy Palhano ao enfatizar as ações do sistema de saúde bem como a responsabilidade das organizações, ressaltando também a importância de desmistificar a doença mental, que é tipificada do mesmo modo que outras doenças.