Acessibilidade: Escola Judicial promove curso de Libras para servidores do TRT-MA

terça-feira, 9 de Abril de 2019 - 13:33
Angelina vai prosseguir com a capacitação em LIBRAS nesta semana
Servidores seguem as instruções e se comunicam com a facilitadora

No próximo dia 25 de maio de 2019, a Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região completa 10 anos de atuação na seara trabalhista maranhense. E no cumprimento da missão em capacitar os magistrados e servidores desta Corte Trabalhista, está sempre atenta às necessidades que precisam ser debatidas para a construção de uma sociedade mais inclusiva. Em via disto, lançou no último dia 4 de abril, o curso de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) voltado para o melhor atendimento e prestação jurisdicional a pessoas surdas que buscam a Justiça Trabalhista nas unidades da Justiça Trabalhista em São Luís. O curso continuou no dia 5 e vai ser intensificado nesta semana, na quinta-feira (11) e na sexta (12), quando serão aprimoradas técnicas de atendimentos à pessoa surda na prática.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há cerca de 9,7 milhões de surdos no Brasil. Entretanto, a inclusão de surdos no cenário brasileiro está muito longe do ideal, já que é cada vez mais comum encontrá-los nos mais variados ambientes, porém cercados por uma barreira comunicacional, haja vista que a língua usada por eles, por meio de um conjunto de formas gestuais com o propósito de comunicar, é desconhecida para a maioria dos brasileiros.
Para o juiz Paulo Fernando da Silva Santos Júnior, coordenador da EJUD16,  promover a acessibilidade é de extrema importância e cabe perfeitamente no papel da EJUD16, em abordar temáticas desafiadoras e capacitar magistrados e servidores com ferramentas para garantir o pleno acesso à Justiça daquelas pessoas com qualquer tipo de deficiência, em busca de melhor atender as necessidades do público, de um modo geral. “Desta vez, as portas do Auditório Professora Maria da Graça Jorge Martins (Auditório da EJUD), localizado no 1º andar do prédio-sede do TRT-MA, foram abertas para oferecer aos servidores, treinamento da segunda língua oficial do país (LIBRAS), instituída no ano de 2010, por meio da A Lei nº 10.436”, disse.
Angelina Freitas, pedagoga e intérprete de LIBRAS, é a facilitadora do treinamento e explicou um pouco dos desafios que a pessoa com surdez enfrenta no meio social, e ainda falou sobre os conceitos equivocados a respeito dos surdos e da LIBRAS. "Por mais complexa que seja, é possível que qualquer pessoa consiga se comunicar por meios dos sinais gesticulados com as mãos e casados com as expressões faciais, que são muito importantes nesse processo de comunicação. A língua de sinais é acessível a todos e, de posse dela, se constrói um mundo inclusivo para todos os surdos. Vale ressaltar que os surdos não são mudos. Só é mudo quem não consegue emitir sons, o que não cabe aos surdos, pois só se aprende a falar ouvindo", destacou.
Angelina também é especialista em tradução e interpretação de LIBRAS; pós-graduada em Educação especial e Educação inclusiva aprovada pela Proficiência em Libras PROLIBRAS /SC. Com uma didática interativa, a facilitadora já passou aos servidores o básico do curso de LIBRAS, como por exemplo o alfabeto, numerais, e a construção de pequenos diálogos, tais quais os cumprimentos e apresentação, que foram bem recebidos pelos alunos.
No primeiro dia de curso, os servidores aprenderam a interagir minimamente com a pessoa que tem surdez, e entusiasmados já saíram da sala de aula aprendendo a cumprimentar e também a dizerem seus nomes por meio dos sinais.  "A LIBRAS é a língua ideal para os surdos e embora muitos consigam fazer leitura labial, acabam que estes não recebem nenhuma troca por parte do ouvinte, o que acaba fazendo com que a comunicação continue ineficiente, daí a importância de aprender a se comunicar com eles", comentou Angelina.
"Se comunicar é viver. Já aconteceu de chegarem pessoas surdas para reivindicarem seus direitos trabalhistas na Vara e terem que contar com 100% do auxílio de intérpretes, sendo que todas as outras pessoas não conseguiam assimilar a mensagem diretamente do reclamante. Então, por mais que a gente não fique fluente de cara em LIBRAS, já vamos conseguir trocar mensagens e ajudar de alguma forma a pessoa surda que busque atendimento no Tribunal da 16ª Região", declarou Telma Brito, servidora da 1ª VT de São Luís que está participando do curso.
Mais informações podem ser obtidas na Escola Judicial, pelos telefones (98)2109-9390 e 2109-9430.
Redação: Kellyne Lobato (estagiária de Jornalismo)
Jornalista Responsável: Suely Cavalcante.

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