Apresentação sobre Mercado de Trabalho encerra capacitação do Programa TRT na Escola

quarta-feira, 18 de Maio de 2016 - 8:12
Redator (a)
Suely Cavalcante

Com uma apresentação em que pontuou reflexões sobre o mercado de trabalho para os jovens que atualmente estão em salas de aula e que serão futuros profissionais, a juíza da 3ª Vara do Trabalho de São Luís Angelina Moreira de Sousa Costa, coordenadora do Programa TRT na Escola/Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC) pela Amatra XVI, encerrou, na quarta-feira 11/5,  no auditório "Professora Maria da Graça Jorge Martins" da Escola Judicial (Ejud) do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), a primeira etapa de capacitação do Programa TRT na Escola.
Por ser um tema muito amplo, Angelina considerou importante propor algumas reflexões  sobre mercado de trabalho no momento atual. Ela lembrou que o mercado de trabalho é dinâmico e sofre mudanças contínuas. A situação atual do Brasil, por exemplo, é bem diferente de 3 ou 4 anos atrás, quando a taxa de desemprego estava abaixo de 10%. Hoje, existem 11 milhões de pessoas na fila do desemprego, reflexo da difícil situação econômica do país.
Por outro lado, o mercado de trabalho também está em evolução. Conforme a magistrada, desde a era agrícola, passando pela revolução industrial, até chegar à atual era do conhecimento, o sistema de produção mudou muito. Com o advento da revolução tecnológica, grande parte do trabalho que foi executado ou sofreu interferência do homem, não tem mais a sua participação. Na indústria automobilística, os robôs substituem os homens na linha de produção, por exemplo. Além disso, no mercado de profissões, o que é mais valorizado é a competência profissional. Por isso, segundo Angelina, os alunos têm que ser orientados a buscar constantemente essa competência, essa formação, que é muito dinâmica. "O conhecimento que obtiveram no ensino médio, na universidade, rapidamente fica obsoleto. Então, se não possuírem a cultura da constante formação, eles podem ser substituídos por outras pessoas no mercado de trabalho", salientou.
Outro aspecto pontuado pela juíza refere-se à visão que os jovens costumam ter sobre o futuro profissional. No Nordeste, sobretudo, no Maranhão, a visão predominante é que a forma de o jovem ingressar no mercado do trabalho é por meio do emprego, que é um fundamento do sistema capitalista e que tudo indica vai continuar existindo ainda por muito tempo. Porém, "além dessa possibilidade do emprego, existem outras formas de ingresso no mercado de trabalho e uma delas é o empreendedorismo". Para Angelina, o empreendedorismo é uma opção, sobretudo, em tempos de situação econômica e crise financeira muito graves, de retração da economia, de altas taxas de desemprego.
No Brasil, conforme a magistrada, o empreendedorismo ainda não é muito expressivo por questões culturais e históricas, sendo a relação de emprego marcada por uma forte regulamentação estatal, com previsão na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), uma necessidade que ainda responde bem ao atual cenário brasileiro, sobretudo em determinados ramos da atividade econômica, como o industrial. A relação de emprego subordinada continua sendo a principal forma de prestação de trabalho no sistema capitalista de produção fora do Brasil. "Contudo, na Europa Central e nos Estados Unidos, é muito comum ver pessoas empreendedoras", ressaltou.
Mas, conforme Angelina, é muito importante que o tema empreendedorismo seja trabalhado em sala de aula, para a formação de uma nova geração de profissionais "porque o mundo em que se vive caminha mais para a diminuição do emprego formal, por vários motivos, entre os quais, pelas várias modificações nos postos de trabalho", afirmou.
Entre outros temas, Angelina falou ainda sobre a divisão das gerações no mercado de trabalho, destacando a geração Y, constituída por pessoas que nasceram entre 1980 e 2000, que é a mais atual e é a geração da informação, e a geração Z, que é a próxima a entrar no mercado de trabalho, e formada pelos ativos digitais.
Cronograma - segundo o cronograma de atividades do "TRT na Escola", neste mês de maio também serão desenvolvidas atividades de multiplicação do conteúdo da capacitação junto aos demais professores das escolas participantes, com a entrega de material didático e informativo. Nos meses de junho, julho e agosto, a multiplicação será em sala de aula junto aos alunos. Em outubro,  serão realizadas visitas dos magistrados, procuradores, servidores e estudantes de Direito às escolas. Oportunidade em que os alunos podem tirar dúvidas sobre os assuntos abordados. No mês de novembro, serão feitas as culminâncias nas escolas, com a apresentação de trabalhos dos alunos sobre os temas abordados. Em dezembro,  será realizada a culminância geral no TRT, com a reunião dos professores, gestores e alunos das escolas parceiras.
Programa TRT na Escola - Com o slogan “Educar é promover cidadania”, o "TRT na Escola" tem como público-alvo professores e alunos de escolas das redes pública e privada. Desenvolvido pela Escola Judicial do TRT-MA, em parceria com o Programa Trabalho, Justiça e Cidadania, da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), o programa tem, entre outros propósitos, a difusão de conhecimentos sobre direitos e deveres, especialmente os trabalhistas e a realização de debates sobre trabalho infantil, trabalho análogo ao de escravo e segurança no trabalho. No Maranhão, o programa conta com a parceria da Amatra XVI, Ministério Público do Trabalho da 16ª Região (MPT16), Secretaria de Educação do Estado do Maranhão, CEST e Secretarias Municipais de Educação de São Luís e de São José de Ribamar. Nesta edição, estão participando as escolas municipais de São Luís Unidades de Ensino Básico (UEBs) Amaral Raposo, Tancredo Neves (Cidade Operária), Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo e a UEB de Ensino Fundamental João do Vale; as  estaduais  Centro de Ensino (CE) Paulo VI e o CE de Apoio à Pessoa com Surdez; e as escolas municipais Humberto de Campos, Gonçalves Dias e Liceu Ribamarense I, de São José de Ribamar.
   

 

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