Cantos e Encantos: Boi Pirilampo e Grupo Afro Abanjá participam de show no TAA
Duas companhias de dança estão confirmadas para o show Justiça de Paz e Pão, a realizar-se no Teatro Arthur Azevedo, no dia 8 de outubro, às 20h. No show do TRT-MA, o Boi Pirilampo interpretará a música do grupo denominada “Natureza”, composição de Walasse Ribeiro Godinho. Já o grupo Afro Abanjá vai apresentar a música “A Yaba do Akomabu”, composição de Walterline Soeiro, com interpretação de Carla Algaves, acompanhada de grupo de dançarinos da companhia. O projeto tem patrocínio do Banco do Brasil e apoio da Escola Crescimento e Associação dos Magistrados do Trabalho da 16ª Região.
A música “Natureza” aborda o direito ao meio ambiente. Fala do progresso que coloca em risco a natureza. Já a música “A Yaba do Akomabu” trata dos quilombolas, da luta pela igualdade, inclusive em prol das mulheres negras.
Fundado em 1995, no bairro da Cohab, o Pirilampo reúne as quatro vertentes de bumba-meu-boi conhecidas no Maranhão: orquestra, matracas e pandeirões, zabumba e pindaré. A indumentária não mantém cores definidas. Durante algum tempo a brincadeira adotou o amarelo e o preto, simbolizando o dia e a noite, mas o que predomina mesmo é a profusão de cores. O corpo de baile desenvolve sua coreografia baseado nos quatro sotaques. Tem 16 CDs gravados e um DVD. As toadas mais conhecidas são: Esqueça (1999); Do Mesmo Jeito e Musa Prateada (2000); Saudade Tagarela e Estrela do Chão (2001); Trêlelê (2002); Balanceando, Papagaio de Sonhos e Meu Dengo (2003); Porteira, Mulher, Cheiro de Flor e Vagalume (2004); Poeira, Outra Metade, Viajante Pirilampo e Vagalume (Instrumental)(2005); Convite das Estrelas, Divina Mãe, Gota de Emoção(2006); Convite, Se a Lua não existisse e Bailarina (2007); Bom Menino, Estrela da Madrugada e Novilho Verdadeiro (2008).
O grupo de dança Afro Abanjá foi criado em abril de 1985 por pessoas que já faziam parte do Bloco AKOMABU, como objetivo de fortalecer a luta do movimento negro pela valorização e preservação da cultura por meio da dança afro. O grupo surgiu após oficina de dança ministrada pelo professor Edson Katendê, então militante do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA). O nome ABANJÁ, na língua Yorubá, significa "na luta agora já!". O grupo desenvolve oficinas, seminários, debates e apresentações artísticas, levando a missão do Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN). Conta com cerca de 30 integrantes, entre músicos e dançarinos.
A Yaba do Akomabu
Composição: Walterline Soeiro
Interpretação: Carla Algaves
Participação: Dançarinos do Afro Abanjá
És pelos direitos humanos
da mulher negra
És contra a maldade e grilagem
Nas terras de preto
Teu clamor
É por igualdade
Racial
E no Akomabu
Tu desfila neste carnaval
Teu clamor
É por igualdade
Racial
Tu vens dos guetos, dos becos,
quilombos, mocambos,
Tu és a filha ilustre
Da deusa Oyá
Teu black revela
Tua força
por todos os cantos
Teu canto foi
E é a bandeira
Pra conscientizar
Ela é a nossa Yadá
Nosso anjo negro de luz
A rainha mundinha, guerreira,
Mulher preta do Akomabu
O povo negro veio ver
A negra Maria Raimunda falar
Contar nossa história e vitória aê
De guerra e magia dos orixás
Natureza
Compositor: Walasse Godinho
Intérprete: Walasse Godinho – Boi Pirilampo
Não matais
Assim disse o criador
Pra viver em harmonia
Não causar, nem sentir dor
Mas o povo da ganância
Ascendeu com o progresso vil metal
Destruindo a natureza
Como um veneno letal
(bis)
Os rios estão secando
E as matas estão queimadas
O ar está poluído
E a terra saqueada
O melhor é preservar
E pedir em oração
Pra mudar a ação do homem
Pro mar não virar sertão
Com informações do CEMOC.