Cantos e Encantos: Inaldo Bartolomeu e Naldinho Pinheiro interpretam composições próprias

terça-feira, 8 de Outubro de 2013 - 12:29
Inaldo Bartolomeu.
Naldinho Pinheiro.

Os cantores e compositores Inaldo Bartolomeu e Naldinho Pinheiro cantam suas músicas no show “Justiça de Paz e Pão”, no Teatro Arthur Azevedo, hoje, às 20h. Inaldo Bartolomeu cantará “Luzes e Estrelas” e Naldinho Pinheiro subirá ao palco acompanhado de Nathiely Rocha. O Projeto “TRT Cantos e Encantos” também contempla dependentes de magistrados e servidores da Justiça do Trabalho com dons artísticos.

“Luzes e Estrelas”, de Inaldo Bartolomeu, toada lançada em junho de 1997, é considerada um hino na luta pela igualdade, liberdade e justiça social, além de prestar homenagens a grandes nomes e manifestações do povo maranhense, como João do Vale, Boi de Matraca da Madre Deus (Estrelas que têm fé), Radiolas Itamaraty e de Natty Nyfson, Brincantes, Cazumbás, Antonio José (O Lôbo), Bandas (Guetos e Tribo de Jah), Coxinho (A Estrela que urrou no Pindaré). A música “Luzes e Estrelas” mostra também a semelhança e a miscigenação entre os ritmos do “Reggae” e do Bumba-meu-boi de Orquestra e das pessoas (Vindas do asfalto ou dos guetos), que os praticam como dança e/ou como religião. 

A música “Salve-se quem puder”, de Naldinho Pinheiro, trata da questão da moradia. Fala dos palafitados e compara a enchente e a vazante da maré à barriga cheia ou vazia de quem não tem comida, muito menos uma casa para morar.

Inaldo Bartolomeu é um cantador nato. Nascido em Rosário (MA), cidade berço do Bumba-meu-boi de Orquestra. Muito cedo, ainda menino, pegou a manha e o jeito peculiar dos cantadores da região. Com o passar dos anos, tornou-se um dos melhores cantadores desse sotaque, e, ao lado de Donato Alves, Manequinho e Osvaldo Preto, formou o quarteto que era chamado de “Os Quatro Ases do Boi de Orquestra”, passando pelo Boi de Barbosa, Boi de Periz de Cima, Boi de Axixá, Boi da Ilha, Boi de Presidente Juscelino, Boi Mocidade de Rosário e Super Boi de Rosário. São quase 30 anos de cantorias.

Naldinho Pinheiro é compositor e músico, traz na trajetória artística a experiência de quem participou da primeira edição do histórico Projeto Viva, em 1985. Em 2005, gravou seu primeiro CD, intitulado "Saracoteio", com os ritmos populares do bumba-meu boi, reggae, salsa, afoxé, canções e frevo. O disco teve o apoio da lei de incentivo à cultura. Sua música “Sereia Dourada” integra a “Coletânea Viração”, produzida pela Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (SECMA), em 1992. Ele também gravou “Bate Coração de Novo”, na “Coletânea 2ª de Arte”, produzida pela Fundação Municipal de Cultural de São Luís (FUNC), em 1993. Ao lado de Zeca Baleiro, fez, no Teatro Arthur Azevedo, o show “Varal”. No mesmo Teatro, também fez o show “Jeitinho Maneiro”. Participou, ainda, dos projetos Carcará (Universidade Federal do Maranhão), Praia Grande Cultural, Terça Cultural e Feira da Cidade (Fundação Municipal de Cultura de São Luís), Festança, São João do Maranhão e Carnaval (SECMA).

 

Luzes e Estrelas 

Compositor:  Inaldo Bartolomeu 

Intérprete: Inaldo Bartolomeu 


Salve quem busca a igualdade

Quem tem na luta o ideal

Ver as nações em liberdade

Mundo de justiça social

Salve expressões desta verdade

Salve o Quilombo do Frechal


Como é bonito! Como é bonito!

Rolar as pedras mocidade

Como é bonito! Como é bonito!

Povo reggueando liberdade


Brilha a luz de João Carcará

Madre Deus das Estrelas que têm fé

Itanatty, Brincantes Cazumbás

Brilha a estrela de Antônio José

Banda Guetos e a Tribo que é de Jah

Brilha a Estrela que urrou no Pindaré


Reggae e boi têm semelhantes passos

Nas luzes buscam inspiração

Nas estrelas cadentes, nos espaços

O orvalho da miscigenação

Madrugando costumes e compassos

Mestiçando Jamaica e Maranhão


 

Salve-se quem puder 

Compositor: Naldinho Pinheiro

Intérprete: Naldinho Pinheiro


Beira da maré

Nas palafita tem gente que vai

Tem gente que fica

Como a preamar

E a baixamar 

De barriga cheia ou vazia


Já se passaram 

Tantos sóis, tantas luas

Quem prometeu

Promessas cruas

Lá em cima estão

Os gaviões

Voando, bem alto, que proteção


Lá embaixo estão

A beira da maré 

Palafitados ou seja 

Gente da ralé

Que a sociedade

Hipócrita repudiou 

Dói no coração

Salve-se quem puder

 

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