As palestras “assédio sexual: uma questão de gênero”, ministrada pela delegada de Polícia Civil e coordenadora das Delegacias da Mulher no Maranhão, Kazumi Tanaka; e “os efeitos do assédio na saúde mental do trabalhador”, ministrada por Tainá Leite psicóloga da Casa da Mulher Brasileira e especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e Neuropsicologia, deram prosseguimento, na sexta-feira, ao ciclo de palestras que o Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (Maranhão) está promovendo no mês de julho sobre assédio moral e assédio sexual. O evento aconteceu no auditório da Escola Judicial, no 1º andar do prédio-sede do TRT-16.
Durante a palestra sobre “assédio sexual: uma questão de gênero”, foram elencados fatores relacionados à origem da violência de gênero no ambiente de trabalho, como o machismo e racismo estrutural. Também foram apresentados conceitos sobre as questões e exemplos de mulheres negras que são vítimas dessa problemática.
Foram expostos também números preocupantes referentes a situações que as mulheres costumam vivenciar em meios de transporte público, tais como receber cantadas indesejadas, comentários de cunho sexual e serem apalpadas em ônibus lotado. 
Kazumi Tanaka também fez uma comparação entre o assédio sexual no ambiente de trabalho e a violência doméstica. “É indispensável fazer uma conexão com as situações de violência doméstica e familiar em que a mulher é submetida, uma vez que determinados comportamentos de um chefe assediador dentro de um local de trabalho são semelhantes às ações de um homem agressivo e abusivo dentro de um ambiente familiar”, disse.
A delegada de Polícia Civil também destacou a necessidade de que as empresas e instituições em geral busquem criar protocolos, capacitações sobre o tema do assédio sexual e estimulem que, caso haja casos relacionados a esse tipo de assédio, sejam realizadas denúncias, certificando que exista uma eficácia no combate a esse problema.
“Os efeitos do assédio na saúde mental do trabalhador”
Na palestra “os efeitos do assédio na saúde mental do trabalhador”, Tainá Leite fez uma exposição das vivências preocupantes e que afetam a saúde mental do trabalhador, advindas de casos de assédio ocorridos no âmbito trabalhista, que geram a Síndrome de Burnout ou esgotamento físico e mental causados pelo excesso de trabalho em inúmeros indivíduos.
Tainá destacou que essa síndrome precisa ser cada vez mais debatida, sobretudo em locais de grande acesso à informação para o melhor alcance do grande público. “A Síndrome de Bournout precisa ser discutida, pois muitas pessoas não têm consciência da gravidade e podem possuir os sintomas que se enquadram no caso, mas não conseguem identificá-lo. Além disso, é necessário conhecer suas limitações dentro do ambiente trabalhista para evitar graves danos à saúde mental”.
Ela ainda conduziu discussões reflexivas acerca da sobrecarga e esgotamento mental, experienciados dentro de um local de trabalho carregado de estresse, devido à aplicação de metas exorbitantes. E por fim, buscou ressaltar a relevância da procura por atividades de distração, assim como por canais de denúncias contra o assédio vivenciado.
Campanha
Coordenada pelas Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do 1º e do 2º Graus do TRT-16, a campanha está sendo desenvolvida neste mês de julho, com a intenção de sensibilizar o público interno do Regional e o público em geral para a necessidade de diálogo e enfrentamento da temática.  
Além do ciclo de quatro palestras, haverá o lançamento de uma cartilha de orientação sobre os temas. Também vai ser disponibilizado um novo canal pra receber denúncias de assédio e discriminação. A cartilha vai ser lançada após a última palestra, que vai ocorrer nesta quarta-feira (26/7), de 10h às 12h, no auditório da Escola Judicial, localizado no 1º andar do prédio-sede do TRT-16.