Culminância geral do TRT na Escola/TJC é marcada por manifestações artísticas dos alunos de escolas da rede pública

terça-feira, 14 de Novembro de 2017 - 10:50
Comissão do TRT na Escola/TJC fazendo a abertura da Culminância.
Alunos e professores de dez escolas da rede pública da capital e de São José de Ribamar estiveram presentes no evento.

"Esse momento aqui é exatamente o que nós fazemos, promover diante de vocês, jovens, a cidadania " ressaltou o desembargador Gerson de Oliveira Costa Filho, diretor da Escola Judicial da 16ª Região (EJUD16), ao fazer a abertura da culminância geral do Programa TRT na Escola/TJC. A solenidade ocorreu na manhã da quinta-feira (9/11), no Auditório Juiz Ari Rocha, no prédio-sede do TRT-MA; e contou com a presença de alunos e professores das escolas parceiras do Programa neste ano, além de servidores e magistrados do Tribunal. 
No evento, ainda, estiveram presentes a comissão organizadora do Programa, composta pela juíza substituta da  3ª Vara do Trabalho de São Luis, Angelina Moreira de Sousa Costa, coordenadora e presidente substituta da comissão do TRT na Escola/TJC; o juiz do trabalho Paulo Fernando da Silva Santos Junior, coordenador da EJUD16 e do Programa; a servidora Anícia de Jesus Ewerton, supervisora/secretária, além do desembargador Gerson de Oliveira, presidente da comissão. 
O desembargador Gerson agradeceu a participação de cada uma das escola no Programa desenvolvido pela EJUD16, que mobilizou, neste ano, cerca 10 escolas, 3 mil alunos e 224 professores, de São Luís e de São José de Ribamar, e dos ensinos fundamental e médio. Em seguida, a juíza Angelina Moreira Costa afirmou que a implementação do Programa nas unidades escolares contribuiu na formação dos alunos durante o ano e confessou sua emoção diante do comprometimento das escolas e dos alunos que observou durante as visitas nos colégios. A magistrada relembrou que é função do Poder Judiciário levar conhecimento, como, por exemplo, acerca dos direitos trabalhistas, para aqueles que, futuramente, estarão no mercado de trabalho. Por fim, ela também agradeceu a participação das 10 escolas presentes na culminância. 
Durante o evento, as escolas parceiras do TRT na Escola/TJC dos Municípios de Açailândia e Presidente Dutra também foram parabenizadas. Em Açailândia, as visitas ficaram a cargo do juiz titular da VT do Município,  Carlos Eduardo Evangelista Batista dos Santos, que visitou cerca de 10 escolas e mobilizou 887 alunos e 55 professores. Já em Presidente Dutra, o juiz do trabalho substituto Jedson Marcos dos Santos Miranda, no exercício da titularidade da VT, esteve presente em cinco escolas, que contaram, no total, com a participação de 1600 alunos e 91 professores.
Apresentações - A Unidade de Ensino Básico Maria Rocha, localizada no bairro da Areinha, abriu as apresentações da culminância. Os alunos do 3º ano do ensino fundamental apresentaram a paródia "Viver com Alegria", baseada na cantiga popular "Samba Lêlê". Nos versos da paródia, os alunos chamaram a atenção para os estudos, para o apoio familiar e pela luta contra o trabalho infantil. Logo em seguida, foi a vez da UEB Senador Miguel Lins, localizada no bairro da Alemanha. A escola produziu um vídeo, intitulado "Criança Não Trabalha, Criança Estuda", no qual os alunos citaram casos de pessoas em situações de trabalhos insalubres e degradantes. Além disso, cada aluno, no vídeo, falou um pouco sobre os direitos trabalhistas e sobre o estatuto da criança e do adolescente. 
Houve também apresentações de peças teatrais. Os alunos da Escola Municipal Miritiua, do Município de São José de Ribamar, encenaram a peça "A Realidade na Escola da Exploração Infantil". No enredo, os estudantes retrataram como a escola deve lidar em casos de alunos que deixam os estudos para trabalhar de forma ilegal, sem ter seus direitos básicos respeitados, como, por exemplo, por meio do programa menor aprendiz. Ainda abordando o tema trabalho infantil, a Escola Municipal Raimundo Rocha Leal Júnior, também de São José de Ribamar, apresentou uma peça em que uma criança era impedida de comparecer as aulas porque era obrigada, pela madrasta, a realizar trabalhos domésticos. 
Além dessas dramatizações, os estudantes do Centro de Ensino Profª Dayse Galvão de Sousa, do Bairro da Vila Embratel, encenaram uma peça que resgatou dados históricos acerca da revolução industrial, do êxodo rural e do processo de urbanização, além do surgimento de novas classes sociais, que contribuíram para as problemáticas atuais acerca das questões trabalhistas. A escola ainda fez uma uma exposição de cartazes produzidos pelos alunos, na entrada do Auditório, que abordavam os temas levantados pelo TRT na Escola/TJC, por meio de quadrinhos. 
Sobre o tema trabalho escravo, o Centro de Ensino José Justino Pereira, da Cidade Operária, apresentou um monólogo do livro "Vidas Secas" de Graciliano Ramos. O aluno Sales Oliveira, do 3º ano do ensino médio, interpretou o personagem Fabiano e expôs o sofrimento causado pelo trabalho análogo à escravidão. A escola João Francisco Lisboa, situada no Centro da capital, também abordou o tema por meio da peça "Trabalho Escravo - Escravo Nem Pensar", em que retratou como ocorre o aliciamento do trabalho escravo. 
O Centro de Ensino de Educação Especial Helena Antipoff, localizado no bairro do Ipase, e que atende pessoas a partir dos 14 anos com deficiência intelectual, múltiplas e síndromes, fez uma apresentação cultural com o "Boi Estrela de Belém", trabalho produzido pelos alunos nas oficinas ofertadas pelo Centro. Ainda, apresentaram a paródia "Educação é a Solução" na qual expressaram as dificuldades dos deficientes intelectuais em serem inseridos no mercado de trabalho e como o Programa TRT na Escola/TJC veio fortalecer o trabalho já desenvolvido pelo Helena Antipoff.
Os alunos da Escola Municipal Vila Operária, de São José de Ribamar, recitaram um poema sobre acessibilidade e um cordel sobre o tema trabalho seguro. Além disso, apresentaram dois vídeos, um informativo acerca do trabalho infantil, com dados e estatísticas do número de crianças atingidas por essa problemática, e o outro foi uma dramatização sobre o trabalho escravo.  
Resultados - No total, tanto nas escolas da capital e dos outros três Municípios, o TRT na Escola/TJC, neste ano, atingiu 6 mil alunos, capacitou 370 professores e contou com a parceria de 25 unidades escolares. O número de professores capacitados e unidades envolvidas superou estatísticas dos anos anteriores.  
Para a professora Fabiana Diniz, da UEB Rubens Ferreira Rosa, localizada no bairro do Maracanã, trabalhar os temas levantados pelo TRT na Escola/TJC com os alunos foi importante porque possibilitou-lhes ter noções básicas sobre o trabalho escravo e dos seus direitos enquanto criança e adolescente e que, com isso, poderão compartilhar esses conhecimentos com os familiares.  
Já para Meg Fernandes, professora de arte da Escola João Francisco Lisboa, a experiência de implementar o Programa na escola foi gratificante, pois fomentou debates e palestras na escola e mobilizou o corpo estudantil na produção de materiais lúdicos acerca de temas como trabalho análogo à escravidão, trabalho infantil, adolescentes no mercado de trabalho, entre outros. Segundo ela, quando esses temas são levados para escola, contribui para que os alunos possam fazer uma reflexão mais profunda e despertar a consciência deles para difundir os conhecimentos adquiridos, e até mesmo de se prevenirem para não se tornarem vítimas de crimes trabalhistas, como o trabalho escravo, por exemplo.    
Os estudantes também expressaram o quão enriquecedor foi trabalhar com os temas do TRT na Escola/TJC e de terem adquirido informações sobre assuntos que passavam despercebidos para eles. A estudante Sarah Mendes, do 3º ano do ensino médio da Escola José Justino Pereira, afirmou que aprendeu muito com o Programa, pois fez como que ela saísse da sua zona de conforto e percebesse que existem pessoas que ainda não conhecem seus direitos trabalhistas, além daquelas que precisam de ajuda da Justiça do Trabalho. Já Camylle Cristie, do 9º ano do ensino fundamental da escola Vila Operária, confessou que com o Programa ela conheceu assuntos que não faziam parte do seu cotidiano, como segurança no trabalho e leis trabalhistas. 

Redação: Lucas Ribeiro - estagiário de jornalismo

Jornalista Responsável: Suely Cavalcante

Fotos: Romeu Ribeiro

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