Ejud-16 inicia curso de Libras e promove inclusão e acessibilidade no TRT-16
A acessibilidade e a inclusão foram os principais temas abordados nas primeiras horas do Curso Básico de Libras, iniciado na manhã desta quarta-feira, 21 de agosto, no auditório da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (MA). Ministrado pela instrutora Angelina Freitas, o curso reuniu servidoras, servidores, terceirizadas e terceirizados da capital e do interior que atuam no atendimento ao público. A abertura do curso foi conduzida pela servidora Áurea Marques, que deu as boas-vindas aos participantes e apresentou a palestrante.
Ao iniciar a exposição, a instrutora Angelina Freitas expressou a satisfação em estar no TRT para compartilhar conhecimentos sobre a Língua Brasileira de Sinais. A professora apresentou sinais básicos e frases usadas no dia a dia, essenciais para o acolhimento da comunidade surda. Em seguida, Angelina explicou a junção de sinais, exemplificando como "mulher" e "homem" somados ao gesto de "beijo na mão" formam os sinais para "pai" e "mãe". Os servidores foram convidados a participar de dinâmicas para praticar os sinais ensinados.
A instrutora também destacou a importância da Libras como a segunda língua mais falada no Brasil, enfatizando a necessidade de maior atenção e aprendizado para promover a inclusão da comunidade surda. Angelina traçou um panorama da evolução da Libras, desde a institucionalização no Brasil com a criação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) em 1857, passando pela promulgação da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que reconheceu a Libras, como meio legal de comunicação e expressão no país. Angelina ressaltou ainda que aprender Libras é essencial para promover a inclusão e quebrar barreiras de comunicação, e lembrou, que a comunicação inclusiva nos torna mais empáticos e próximos das pessoas com deficiência auditiva.
A primeira parte do curso foi encerrada com atividades práticas, onde os participantes aprenderam o alfabeto manual e aplicaram os conhecimentos em dinâmicas de diálogos simples, usando seus próprios nomes e frases de maior frequência.
A diretora da Ejud-16, desembargadora Solange Cristina Passos de Castro, esteve presente no curso e destacou a relevância da iniciativa: “É muito importante trazer para o Judiciário esse aprendizado para que ninguém fique excluído. Esta capacitação humaniza o nosso Tribunal, a Justiça do Trabalho. Eu me sinto muito orgulhosa de participar dessa nova geração da Justiça do Trabalho, onde discutimos questões sociais importantes que contribuem para um Judiciário mais justo, mais igualitário e mais inclusivo.”
A instrutora Angelina Freitas falou do contínuo aprendizado de Libras, ressaltando que essa iniciativa prepara as pessoas para interagir de forma adequada e respeitosa: “Acredito que essa iniciativa contínua de capacitação é fundamental. Ela não apenas apresenta um pouco da comunidade surda, mas também prepara as pessoas para interagir com ela. É essencial estarmos prontos para reconhecer e atender às necessidades de uma pessoa surda quando nos deparamos com alguém que utiliza a língua de sinais. Venho de uma família com surdos e, ao longo do tempo, observei a evolução dos direitos deles. Hoje, mesmo para quem não é surdo, há a presença de intérpretes de Libras, o que torna a inclusão mais natural e acessível.”, afirmou.
Thiago Farias Miranda servidor que atua na Vara do Trabalho em Chapadinha (MA) veio participar do curso. Segundo ele, essa é uma oportunidade fundamental para agregar o trabalho da Justiça do Trabalho no Maranhão: “A importância não é propriamente para o servidor, mas para a instituição. Se a missão do Tribunal é trazer acessibilidade para o trabalhador, agregar esse elemento de acessibilidade ao cidadão é de suma importância.”
CURSO de LIBRAS
Com o intuito de tornar o judiciário mais inclusivo a Ejud-16 já realizou outras cinco edições do curso. Este ano, a carga horária será de 20 horas prossegue nos dias 22 e 23 de agosto, capacitando os participantes a prestar atendimento em Libras, abordando trâmites processuais e rotinas aplicadas em instituições públicas. A instrução obedece à Resolução CSJT 218/2018, que dispõe sobre o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no âmbito da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus para atendimento de pessoas surdas ou com deficiência auditiva, sobretudo, jurisdicionados.