Empatia e saber ouvir favorecem conciliação, diz juíza do TRT-GO

sexta-feira, 1 de Setembro de 2017 - 10:37
Redator (a)
Gisélia Castro
Juíza Wanda Lúcia (TRT-GO) fez palestra sobre conciliação e mediação na 8ª Semana de Formação de Magistrados
Juiza Wanda Lúcia disse que juiz conciliador deve praticar empatia nas audiências

Os Novos paradigmas da conciliação e mediação na Justiça do Trabalho foi o tema da palestra proferida pela juíza do trabalho e coordenadora pedagógica da Escola Judicial do TRT 18ª Região (TRT-GO), Wanda Lúcia Ramos da Silva, no terceiro dia da 8ª Semana de Formação de Magistrados realizada pela Escola Judicial (EJud16), quinta-feira (31/8).
Com experiência em mediação e conciliação, a juíza Wanda Lúcia, apresentou uma abordagem observando que práticas exitosas implicam postura mais humanizada do magistrado. Saber ouvir, empatia e menos intransigência são atitudes que favorecem a conciliação, defendeu.
"O maior desafio do juiz é mudar a postura para ter empatia com as partes processuais e advogados", afirmou, destacando também que o magistrado deve atuar em audiência de modo a promover a dignidade de todos os sujeitos do processo trabalhista. 
De acordo com a juíza, focar interesses comuns, tratar as partes processuais como pessoas e não apenas como litigantes e estimular diálogos são atitudes fundamentais do juiz conciliador . "Quando as pessoas cedem, elas saem da sala de audiência satisfeitas", disse. 
A juíza trouxe como referência não apenas obras jurídicas e manuais de conciliação, mas também obras clássicas da literatura mundial, como textos sagrados I Ching e a Bíblia, para enfatizar quão milenar tem sido a busca da conciliação na resolução de conflitos.
Destacou que a formação de mediadores e de conciliadores exige leituras transdisciplinares, incluindo áreas do conhecimento como psicologia, sociologia, psicanálise, filosófia, etc. Mencionou o próprio repertório que inclui leituras diversas como neurolinguística, método das constelações familiares e teoria da negociação. 
Lembrou que os concursos para ingresso de juiz na magistratura do trabalho não trazem questões relativas à conciliação, a exceção ficou por conta do último concurso realizado pelo TRT-MA. A conciliação também está relegada à disciplina eletiva nas faculdades de direito. 
Os marcos teóricos da conciliação também foram pontuados pela palestrante. Citou o novo CPC (Código de Processo Civil), que trouxe a conciliação como princípio, a Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo de 1998, o II Pacto Republicano (2009), bem como a criação do Movimento da Conciliação (2006) e a Resolução nº 125 do Conselho Nacional de Justiça (2010) que instituiu a conciliação enquanto política pública do Judiciário, além do Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Capacitação - A palestra Novos paradigmas da conciliação e mediação na Justiça do Trabalho proferida pela juíza Wanda Lúcia será utilizada como pré-requisito para a atuação de juiz conciliador do Cejusc (Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas da Justiça do Trabalho), unidade especializada em acordos judiciais em São Luís. A capacitação mínima de 40 horas está prevista na Resolução do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) nº 174/2016.


 

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