Uma manhã atípica para os estudantes e jovens aprendizes do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O Fórum Astolfo Serra (FAS), sede das Varas do Trabalho de São Luís, tornou-se uma grande sala de aula para que os jovens pudessem conhecer, na prática, como funciona o dia a dia da Justiça do Trabalho e o compromisso do Tribunal em promover a conciliação das partes de uma ação judicial.  
A visita ao FAS foi promovida pela Comissão Regional de Erradicação de Trabalho Escravo e de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (Maranhão) na manhã desta quinta-feira (13). A ação integra o Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) em parceria com os Tribunais do Trabalho.  
Antes de conhecer as dependências do TRT-MA, os estudantes dos cursos de vendas e de serviços administrativos se concentraram no auditório do Fórum, onde a juíza titular da Vara do Trabalho de Chapadinha e cogestora da Comissão, Liliana Maria Ferreira Soares Bouéres, explicou como funciona o Tribunal e explanou sobre os direitos trabalhistas do jovem aprendiz.
Além da juíza Liliana Bouéres, estiveram presentes, no auditório, a juíza titular da 6ª Vara do Trabalho de São Luís e diretora do FAS, Juacema Aguiar Costa; e a juíza substituta 4ª Vara do Trabalho de São Luís e coordenadora da Centro Jurídico de Métodos Consensuais de Solução de Disputas em São Luís (CEJUSC), Ângela Mota Luna.  
Em seguida, o grupo de teatro Transitarte, do DETRAN, apresentou a esquete "Todo Cuidado é Pouco". Os atores retrataram o trabalho infantil no trânsito e como jovens e crianças nessa situação podem ser vítimas de assédio sexual.
Durante a visitação pelo Fórum Asltofo Serra, os estudantes puderam conhecer o CEJUSC, desde a estrutura até como funciona o Centro. A juíza Ângela Luna ressaltou o compromisso da JT em promover uma mediação entre as partes com o objetivo de conciliá-los e garantir a paz no âmbito trabalhista.
Para a magistrada, a oportunidade dos aprendizes conhecerem o TRT-MA reafirma a preocupação do judiciário com a sociedade. "A visitação contribui para enxergar a Justiça do Trabalho de portas abertas, que acolhe a todos, e que está disposta a mostrar como é seu funcionamento", afirmou.
Os jovens aprendizes também visitaram as Varas do Trabalho e entenderam como ocorre uma audiência. O juiz titular da 7ª VT, Paulo Sérgio Mont'Alverne Frota, explicou como ocorre as etapas de uma audiência, os maquinários utilizados, a composição da mesa e como o juiz atua para encontrar um acordo entre as partes.
A visita se encerrou no Centro da Memória do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (CEMOC), onde os estudantes tiveram contato com máquinas e outros objetos históricos do TRT-MA. Além disso, eles também puderam apreciar a mostra "Um Mundo Sem Trabalho Infantil", promovido pelo CEMOC.  
A professora Erika Lisboa destaca que ações como essa são essenciais para a fundamentação teórica dos alunos. Segundo ela, na sala de aula, eles já estudam temas relacionados aos direitos trabalhistas desde as questões históricas que envolvem a causa até problemáticas atuais. "Essa visita é essencial para ver na prática a resolução dessas problemáticas que são vivenciadas por eles dentro do local onde trabalham", ressaltou.
Antes da visita feita ao TRT-MA, a estudante Kessiane Silva, 18 anos, do curso de serviços administrativos, imaginava o dia a dia do Tribunal de outra forma. Para ela, as decisões tomadas pelos juízes eram incontestáveis, mas descobriu que a Justiça do Trabalho atua como pacificadora. "Eu entendi que demora um pouco entrar em um acordo e que às vezes as partes não concordam em entrar. Por isso, é necessário encontrar uma maneira pacífica para haver a conciliação", revelou.   

Redação: Lucas Ribeiro: (estagiário de Jornalismo)

Jornalista responsável: Suely Cavalcante