Juíza Kathleen Stamato apresenta ferramentas de conciliação na EJUD16
Aspectos práticos para encaminhar a audiência de conciliação, de modo a favorecer o diálogo, o respeito mútuo e auxiliar as partes a encontrarem uma solução para a disputa judicial, marcaram a palestra Ferramentas para provocação de mudanças ministrada pela juíza substituta do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-Campinas/SP), Kathleen Mecchi Zarins Stamato, no Curso de Formação de Conciliadores.
A palestra realizada na terça-feira (19/9), fez parte da programação da capacitação dos conciliadores promovida pela EJUD16, no período de 18 a 22 de setembro.
Com base em experiência própria, a juíza apresentou diversas situações práticas para estimular a reflexão sobre a importância da conciliação nas audiências conduzidas pelos servidores do Cejusc (Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas).
A magistrada destacou que o formato, o espaço físico e o tempo de duração das audiências dos Cejucs são diferenciais concebidos para fomentar a conciliação. Mais tempo, mais paciência, mais cordialidade e um ambiente menos formal são essenciais para o acordo, enfatizou. O conciliador deve acolher as partes processuais e se empenhar para que seja compreendido que eles são os principais interessados no processo trabalhista. Lembrou que os conciliadores devem evitar o papel de mediador competitivo, reduzindo, desse modo, possíveis animosidades na audiência.
Falar e escutar
Assegurar o exercício da fala e da escuta é fundamental para a conquista de um acordo entre as partes, conforme lembrou a juíza. Ela argumentou que é importante que o mediador deixe claro que todos terão direito à fala durante a audiência. Lembrando que falar implica escutar, regras de comunicação interpessoal necessárias para avançar o diálogo, acrescentou.
Segundo a juíza, o poder das palavras tem uma centralidade na audiência de conciliação. "É o instrumento mais poderoso no sentido de resolver o conflito", argumentou. Caberá ao conciliador atuar como um pacificador, estabelecendo empatia com partes e advogados, bem como a compreensão e o respeito, especificou ao se referir aos passos do rapport, uma técnica da psicologia que vem sendo utilizada como parte do processo de conciliação.
Durante a palestra, a juíza Kathleen Stamato fez dinâmicas com os servidores para registrar também a importância da escuta no processo da conciliação. Segundo a magistrada, é preciso criar um ambiente favorável e recorrer à prática da escuta ativa nas audiências de conciliação. Foi realizada dinâmica para marcar a experiência das consequências do ato de não ouvir com atenção o outro.
Oficina de audiência
Durante o Curso de Formação de Conciliares também foram realizadas oficinas de práticas de conciliação sob a supervisão da juíza Roberta de Melo Carvalho, coordenadora do Cejusc (TRT-10ª Região/DF). Os servidores foram divididos, por sorteio, em grupos para simulação de audiências. Cada servidor assumiu um papel, quer seja de advogado, partes ou de conciliador e, ainda, outro ficou na condição de observador responsável por registrar as ferramentas adotadas pelo conciliador. Ao final, as experiências foram compartilhadas e avaliadas pelo grupo.