Juízes trabalhistas revelam talento literário na revista Juris Cultura

quarta-feira, 9 de Dezembro de 2009 - 14:21
Redator (a)
Wanda Cunha
A Associação dos Magistrados do Trabalho do Maranhão (Amatra XVI) acaba de lançar a Revista Juris Cultura, uma publicação semestral, que aborda temas sobre direito, filosofia, sociologia, cinema, comportamento, música e literatura. O lançamento oficial da revista ocorreu na última sexta-feira (04), durante o encerramento do Ciclo de Debates Jurídicos, no auditório da OAB-MA, promovido pela Escola Judicial do TRT-MA e Amatra XVI. Na oportunidade, também foi lançado o selo da Azulejo Editora, que tem o objetivo de viabilizar a publicação da produção jurídica maranhense. O presidente da Amatra XVI, juiz Érico Renato Serra Cordeiro, lembra que Amatras de outros regionais já vêm fazendo publicações periódicas, mas observa que a Juris Cultura diferencia-se das demais revistas por abordar outras áreas do conhecimento, que não apenas a jurídica. “Há espaço dedicado às artes (música, literatura, cinema) ou aos prazeres gastronômicos – sem esquecer do direito, por certo – porque além de lida, esta revista pretende ser querida”, observa o juiz. O juiz do Trabalho substituto da 4ª Vara do Trabalho de São Luís, Leonardo Henrique Ferreira, na coluna “A arte de combinar”, dá dicas de como degustar um bom vinho. “Ao colocar a comida na boca, mastigue um pouco o alimento sem, no entanto, degluti-lo. Após, dê um generoso gole em sua taça de vinho e envolva a comida, (...) perceba que ambos combinaram e lhe surpreenderam com um novo sabor. O prêmio é uma harmonização bem sucedida”, diz Leonardo Ferreira. O juiz explica que harmonização é o ato de combinar um vinho a um determinado prato. O juiz titular da Vara do Trabalho de Estreito, Bruno de Carvalho Motejunas, aproveita o espaço que a revista lhe propicia para mostrar a sua versatililidade lingüística. Com o conto “Uma escova e uma história”, o magistrado demonstra que, além de saber usar com esmero a “toga” de sua linguagem jurídica, também sabe trabalhar a descontraída e plurissignificativa linguagem literária, com uma pitada de humor que envolve o cotidiano dos amantes modernos. “Minha escova não vai entrar sorrateira neste apartamento, nem vai ser uma maltrapilha entre os seus cosméticos de beleza. Se ela tiver que se alojar por aqui será pela porta da frente, de cabeça erguida e com lugar de honra no armário da pia!”, diz a personagem masculina do conto de Motejunas. Além de contos, dicas de livros, discos e vinhos, a revista traz artigos sobre cinema, música, artes plásticas e textos jurídicos de magistrados do Trabalho e de professores universitários. Também traz uma entrevista com o desembargador aposentado do TRT-MA, Gilvan Chaves de Sousa. O quadro ”Santa Clara”, na técnica óleo sobre tela, do artista plástico maranhense Fransoufer, ilustra a capa da primeira edição da Juriscultura. A ilustração foi cedida gentilmente pelo artista. O conselho editorial da revista é formado pelo desembargador James Magno Araújo Farias e os juízes Érico Renato Serra Cordeiro e Bruno de Carvalho Motejunas.
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