Lançado projeto de inclusão de pessoas com necessidades especiais no TRT
“O Projeto Incluir resultará na eliminação das barreiras arquitetônicas, das barreiras de comunicação e das barreiras culturais. Nosso objetivo é garantir a acessibilidade a pessoas com necessidades especiais, sejam como magistrados, servidores, colaboradores, advogados ou como usuários da Justiça do Trabalho do Maranhão”, afirmou a presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA), desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva, ao lançar o projeto e dar as boas-vindas aos 18 surdos contratados pelo Tribunal para trabalharem nas unidades do órgão e nas varas de São Luís e de Imperatriz. A cerimônia ocorreu pela manhã, no auditório do Fórum Astolfo Serra, na Areinha. Além dos novos contratados, participaram da solenidade de lançamento do Projeto Incluir representantes da Associação dos Surdos do Maranhão (ASMA), entidade com a qual o TRT firmou parceria; magistrados; gestores e servidores do tribunal que fizeram, na semana passada, o curso sobre Língua Brasileira de Sinais (Libras) para facilitar a comunicação com os contratados. A certificação do servidores ocorreu durante o lançamento do projeto. Em seu discurso, a presidente do TRT afirmou que assegurar a inclusão das pessoas com necessidades especiais implica garantir a acessibilidade e assistência judicial no âmbito da Justiça do Trabalho do Maranhão. Ela destacou as medidas já adotadas pelo Tribunal nesse sentido e as ações que serão desenvolvidas por meio do Projeto Incluir, contemplado no planejamento estratégico do TRT, no tema Acesso à Justiça e Efetividade, alinhado também aos temas Política Institucional e Responsabilidade Social e Ambiental. A desembargadora também falou sobre a legislação que trata da inclusão das pessoas com necessidades especiais e destacou recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que os tribunais adotem medidas para remoção das barreiras físicas, arquitetônicas, de comunicação e atitudinais. Ressaltou, ainda, resolução do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que dispõe sobre o uso de Libras e a capacitação dos servidores. “Nosso desejo, porém, vai além da obrigação legal. Nosso desejo é ser um tribunal 100% inclusão”, garantiu. Ela encerrou seu discurso com uma crônica de Mário Quintana, chamada “Doenças”, em que o escritor afirma que “a pior das deficiências é ser miserável, pois miseráveis são todos que não conseguem falar com Deus”.
Qualificados – a coordenadora do Serviço de Inclusão no Trabalho da ASMA, Vileni Leite, explicou que todos os 18 surdos contratados pelo TRT são qualificados para diversos tipos de serviços e a maioria já tem experiência no mercado de trabalho. Entre os contratados há estudantes universitários, técnicos em informática e instrutores de Libras. Um exemplo é o estudante do 7º período do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Antonio Hercules Almeida, 23 anos. Ele disse que já atuou como administrador financeiro de uma empresa de construção civil. “Busco crescer mais e melhorar a cada dia minha qualidade de vida”, afirmou. “Estamos muito felizes com a parceria com o TRT e que essa iniciativa do Judiciário Trabalhista sirva de incentivo para outras instituições no estado”, enfatizou a presidente da ASMA, Lídia Maria Trinta.
Ambientação – nesta quarta-feira (02), os surdos assistem à palestra “Portas abertas para Inclusão”, ministrada pela chefe do Serviço de Comunicação, jornalista Edvânia Kátia, e, na quinta-feira (03), visitam às unidades do TRT e varas da capital, para que conheçam o ambiente onde vão trabalhar. Dois surdos e um intérprete também começaram as atividades de ambientação nesta terça-feira, na VT de Imperatriz. Fotos: Francisco Rodrigues