Mulheres do TRT aprendem técnicas de defesa pessoal e se empoderam contra a violência
"É muito bom saber que temos chance de nos defender, pois estamos sujeitas a todo tipo de violência", comentou Gerusa Rodrigues Soares, servidora aposentada do TRT-MA, desde o ano de 2012, que participou da 2ª turma de capacitação de defesa pessoal para mulheres realizada pela Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (EJUD16), na manhã do último dia 22 de março. A capacitação ocorreu no Auditório Professora Maria da Graça Jorge Martins (Auditório da EJUD), localizado no 1º andar do prédio-sede do TRT-MA.
Seguindo na linha de frente no combate às situações de violência e agressões, a EJUD16 fortalece o sentimento de empoderamento das mulheres, que, de posse desse conhecimento, são capacitadas e assumem a dianteira da defesa, de tal forma a saber exatamente o que fazer para se proteger em situações de vulnerabilidade, independentemente do sexo, idade ou força física. Por esse motivo, a Escola tomou a iniciativa, pelo segundo ano consecutivo, de realizar o curso "Transformando o Meu Corpo em Defesa”. Por meio das técnicas do sistema israelense de defesa pessoal Krav Maga, magistradas e servidoras desenvolveram habilidades para responder, de forma simples, rápida e eficaz às mais diversas situações que possam colocar em risco suas integridades física, moral e pessoal.
A juíza Ângela Ribeiro de Jesus Almada Lima, substituta da 2ª Vara Trabalhista de Imperatriz, viajou até a capital da sede do Regional 16, exclusivamente para o treinamento de capacitação, e afirmou que foi uma experiência muito proveitosa. "Hoje em dia, estamos expostas aos mais diversos riscos, e infelizmente esse possível agressor pode estar até dentro da nossa casa. Então, para mim que não tenho tanta força física, aprender algumas técnicas que podem salvar a minha vida em situações conflituosas realmente é muito bom e aumenta a minha confiança", destacou a magistrada.
Os casos de violência contra a mulher ocorrem todos os dias, e um levantamento do Datafolha feito em fevereiro deste ano, encomendada pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) para avaliar o impacto da violência contra as mulheres no Brasil, apontou a marca de 1,6 milhão de espancamento ou tentativa de estrangulamento contra as mulheres, nos últimos 12 meses, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Neste cenário, também pode-se notar que não há lugar seguro, pois 42% dos casos ocorreram no ambiente doméstico.
"O Krav Maga desenvolve a percepção e os reflexos, de forma eficiente, para quando há uma situação de risco com um parceiro potencialmente agressor. É possível sim que qualquer pessoa consiga se defender para cada tipo de situação da agressão. O Krav Maga está aí para provar que, inclusive as mulheres, apesar de não terem a mesma força física do homem, conseguem se defender bem e se sentem mais seguras, afirmou Jodson Luís Diniz, 1º tenente do Corpo de Bombeiros do Maranhão, que ministrou o curso auxiliado por Carlos Alex Azevedo Diniz, Fiamma Ellen Costa Damasceno, Victor Hugo da Costa de Oliveira, Hugo Rafael Serra Diniz e Elywelton Guimarães Alencar, demais integrantes também da equipe de instrutores.
A arquiteta Nikole Melo de Mendonça, lotada na Seção de Engenharia do TRT, também falou sobre a importância de ter acesso a técnicas de defesa pessoal. "Hoje foi um dia sublime, pois tivemos cara a cara com situações em que a nossa primeira reação é crer que não tem como se livrar. Mas, com o curso, vimos que não, é necessariamente, a força, porque com algumas técnicas podemos salvar as nossas vidas. Foi muito boa a oportunidade", enfatizou.
Fiamma Damasceno, instrutora da equipe DKM, representou com excelência o público feminino e também reforçou a importância de se estar preparada para o inesperado. "Tem situações que a gente nem imagina que possam acontecer. Às vezes é alguém que está ao nosso lado todos os dias, que nos cumprimenta com um bom dia, ou o nosso colega de trabalho que, de uma hora para outra, tornam-se potenciais agressores. Os dados estão aí, diariamente divulgados nos jornais, e as situações são as mais espantosas possíveis, então é imprescindível que saibamos como agir para preservar a nossa vida quando o imprevisto ocorrer. Claro que não vamos sair por aí agredindo ninguém gratuitamente, mas eu tenho certeza que saber se desvencilhar de uma arma apontada em nossa direção, ou fugir de um cenário de estupro ou esganadura, como repassamos hoje para as senhoras, é mais do que importante", declarou.
O curso “Transformando meu corpo em defesa” fez parte da agenda de atividades da EJUD16 em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março. Na capacitação, magistradas e servidoras aprenderam na teoria e na prática a neutralizar ataques pessoais, com ou sem armas. No último dia 22 de março, foi a vez da terceira turma de capacitação, que teve como intuito empoderar as mulheres contra situações de violência. A primeira turma foi promovida no ano de 2018, e devido ao grande sucesso e relevância social, outras duas turmas foram formadas neste ano de 2019, sendo que a segunda capacitação ocorreu no último dia 15 de março.
Redação: Kellyne Lobato (estagiária de Jornalismo)
Jornalista Responsável: Suely Cavalcante.