Outubro Rosa: prevenção ao câncer de mama é tema de palestras e de experiência de superação no TRT-MA

quinta-feira, 18 de Outubro de 2018 - 15:48
Redator (a)
Rosemary Araujo
Desembargadora Solange Castro Cordeiro, presidenta do TRT-MA, fez a abertura do evento.
Psicóloga Angelina Mineiro fala sobre o papel dos familiares do paciente com câncer de mama.

O Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA) recebeu, na tarde desta quarta-feira (17/10), no Auditório Ari Rocha (prédio-sede da instituição), palestras sobre prevenção ao câncer de mama e a narrativa de uma paciente curada da enfermidade, todas destacando a importância da atenção que deve ser dada aos cuidados para evitar a sua manifestação, não só em mulheres, mas também em homens. A presidenta do Tribunal, desembargadora Solange Cristina passos de Castro Cordeiro, fez a abertura do evento, destacando que “o simples fato de ser mulher, por si só, nos coloca em situação de risco”. A iniciativa foi realizada pela Seção de Saúde como parte da programação que o TRT maranhense vem desenvolvendo ao longo deste mês em adesão tradicional à Campanha Outubro Rosa, visando à conscientização de magistrados, servidores, estagiários e terceirizados, assim como do público em geral, para a prevenção do câncer de mama. 
Na abertura, a desembargadora presidenta fez um apelo: “cuidemos de nossa saúde, uma vez que a constatação precoce é um dos métodos mais eficientes utilizados para o diagnóstico do câncer mamário, que, se realizado no início, tem 95% de possibilidade de cura”. Ela também lembrou que o Tribunal está atento a estas questões, uma vez que oferece programa de saúde específico para o corpo funcional feminino, voltado à prevenção: “É com esse espírito que o TRT16 incentiva magistradas, servidoras, terceirizadas e estagiárias a realizarem anualmente seus exames de prevenção ao câncer de mama e de colo uterino, por meio do nosso Programa Saúde da Mulher, instituído pela Portaria GP nº 266/2016”, concluiu.
“O Câncer de Mama e as Interpelações Familiares” foi o tema da palestra proferida pela psicóloga especialista em Sexualidade Humana, professora de Educação Física e servidora do Ministério da Saúde, Angelina Mineiro. Ela iniciou agradecendo o convite feito pela chefe da Seção de Saúde, servidora Marilda Amorim, e pela presidenta do Tribunal, desembargadora Solange Castro Cordeiro, para tratar de aspecto tão relevante no contexto do quadro clínico de um diagnóstico de câncer de mama, em virtude de os familiares também se sentirem doentes ao terem contato com a dor do seu ente querido. Segundo a palestrante, “isso é importante não só para as mulheres, pois o câncer de mama também atinge 1% dos homens e o adoecimento também acontece na família e nos colegas de trabalho, fortalecendo a desesperança e estimulando dúvidas sobre o futuro do paciente”, informou. 
Como forma de despertar a atenção dos participantes para as emoções do momento presente, Angelina Mineiro realizou uma dinâmica de coordenação motora e de autoconsciência corporal, explicando a importância de as pessoas estarem atentas até às mínimas alterações que possam perceber em seu organismo, por meio do toque. “No caso do tema que abordamos hoje, a importância se torna ainda maior para realizarmos o autoexame das mamas”, completou, acrescentando que as emoções dos portadores de câncer de mama podem passar por fases muito dolorosas, como as de medo da morte, pensamentos negativos, ansiedade, depressão, pensamentos suicidas, raiva de si e de Deus (se for religioso), não aceitação da enfermidade e até de querer desistir do tratamento. “Por isso, a prevenção é melhor do que o combate à enfermidade, pois prevenindo, a possibilidade de cura é bem maior”. 
Já a médica ginecologista Terezinha Magalhães desenvolveu o tema “Prevenção ao Câncer de Mama”, discorrendo sobre a importância da realização do autoexame e da mamografia anual para mulheres a partir dos 40 anos e/ou pacientes com riscos como histórico familiar (parentes que tiveram câncer de mama antes dos 50 anos), sendo este um forte alerta de risco. Segundo a palestrante, em pacientes jovens, a mamografia não mostra nódulos, pois a mama apresenta uma densidade muito alta, sendo necessário recorrer a outros meios, como por exemplo, a ultrassonografia. A partir dos 50 anos, em pacientes sem risco, indica-se fazer a mamografia de dois em dois anos, até os 74 anos. A partir dos 75 anos, havendo uma relativa qualidade de vida, já não há obrigatoriedade de uma frequência muito estreita para sua realização. Em todas as idades, havendo necessidade de uma investigação, recorre-se a outros procedimentos, como, além da ultrassonografia, a ressonância magnética, em especial nos casos de mamas que continuem muito densas na maturidade ou aquelas com próteses.
A médica também alertou para o fato de o câncer de mama já ser considerado um problema de saúde pública no Brasil, onde é mais incidente do que o câncer de colo de útero e do que o de intestino. Daí a necessidade de, ao surgir uma suspeita, ser feita uma investigação geral. Para isso, a medicina se baseia na classificação dos BI-RADS (Breast Image Reporting and Data System), desenvolvida em 1993 pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR) com o intuito de padronizar os relatórios mamográficos, de forma a minimizar os riscos de má interpretação dos laudos da mamografia e facilitar a comparação de resultados para futuros estudos clínicos. São seis as classificações: BI-RADS 0 (inconclusivo – encontrou algo, mas não conseguiu identificar do que se trata), BI-RADS 1 (normal), BI-RADS 2 (normal com alguma alteração benigna, como microcalcificações), BI-RADS 3 (cerca de 2% de chance de ser câncer), BI-RADS 4 (de acordo com o achado, classifica-se, ainda, em 4A [2% a 10%], 4B [11% a 50%] ou 4C [51% a 95%]) e BI-RADS 5 (mais de 95% de chance, mas não obrigatoriamente será câncer).
A ginecologista finalizou esclarecendo sobre o tratamento, que, em geral, segue um protocolo composto de cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia, podendo variar a aplicação de acordo com cada caso. Porém, em virtude do acompanhamento multidisciplinar atualmente disponível, com profissionais de diversas áreas como Psicologia, Assistência Social e outras, as chances de cura para pacientes com câncer de mama chegam a mais 90%.
O evento foi encerrado com a participação da enfermeira Tatiana Moreira, paciente curada de câncer de mama há cerca de um ano. Ela narrou seu caso com riqueza de detalhes, desde o diagnóstico de carcinoma mamário invasivo, o tratamento, seus sentimentos conflitantes, o sucesso dos procedimentos adotados em virtude de o diagnóstico ter sido feito logo no começo, o que, inclusive, a poupou de enfrentar a quimioterapia, e a superação da enfermidade. E ela deixou um alerta: “Cuidem-se! O câncer pode chegar para qualquer pessoa!”.
Caminhada – em continuidade à programação da Seção de Saúde para o Outubro Rosa, será realizada, no próximo dia 20/10 (sábado),  a “Caminhada Rosa pela Prevenção ao Câncer de Mama”, com início previsto para as 7h30, com largada e chegada na Pracinha do Espigão Costeiro, na Península. Poderão participar magistrados, servidores, estagiários e terceirizados do TRT-MA, bem como seus familiares, e também o público em geral. Todo o percurso será feito com duração aproximada de 2h e contará com o acompanhamento de um educador físico. A Seção de Saúde informa que já não há camisas alusivas ao evento disponíveis, mas solicita que quem não conseguiu adquiri-la use uma peça rosa que já tenha em seu vestuário, a fim de uniformizar e identificar os participantes da caminhada. Os magistrados e servidores do Tribunal interessados em participar ainda podem fazer sua inscrição até esta sexta-feira (19/10), na intranet (site do TRT – Menu Principal – Administrativo – Intranet – Login e Senha – Magistrado/Servidor – Requerimentos – Inscrições – Atividades do Setor de Saúde). Demais interessados podem se inscrever pessoalmente na Seção de Saúde ou pelo telefone (98)2109-9382 ou ainda pelo e-mail servsaude@trt16.jus.br.
Para conhecer todas as ações programadas pela Seção de Saúde para o Outubro Rosa, clique aqui.
Outubro Rosa 2018 - Trata-se de uma campanha de conscientização sobre o câncer de mama, que tem como principal objetivo alertar as mulheres e a sociedade como um todo sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. O movimento começou em 1990, quando aconteceu a primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova Iorque. Hoje, o movimento é realizado em vários lugares do mundo. No Brasil, as campanhas de conscientização sobre o câncer de mama acontecem desde 2002. O que causa preocupação é que, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), apenas 24,8% das mulheres realizam a mamografia, sendo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que esse percentual seja em torno de 70%.
No TRT16, foi instituído o Programa Saúde da Mulher, por meio da Portaria do Gabinete da Presidência nº 156/2012, com adequações promovidas pela Portaria GP nº 266/2016. O Programa visa exatamente a incentivar magistradas e servidoras a realizarem anualmente seus exames de prevenção de câncer de mama e colo uterino. Os números registrados pela Seção de Saúde apontam o percentual de 31% de participação nos últimos dois anos. Ações como as programadas para o Outubro Rosa e outras escalonadas ao longo do ano são realizadas pela Seção de Saúde com o propósito de que esse percentual seja maior a cada ano.
 

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