Ouvidor do TRT-MA defende mapeamento de demandas para antecipar soluções de manifestações
Adesão do TRT à unificação do PROAD-Ouvidoria vai contribuir para soluções de demandas
Antecipar a solução dos problemas mais recorrentes, de sorte que a instituição possa atuar de forma ativa e não reativa é, na opinião do ouvidor do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (Maranhão), desembargador José Evandro de Souza, o desafio da Justiça do Trabalho. Ele anuncia que haverá uma padronização do PROAD-Ouvidoria e que a unificação vai ajudar no mapeamento das manifestações, servindo de base para a busca de soluções mais estratégicas. Para o desembargador, será possível identificar as demandas mais recorrentes, otimizando o atendimento. Todos os TRTs se comprometeram a usar o sistema até o final deste ano.
Aprovado pelo Colégio de Ouvidores (Coleouv), o PROAD-Ouvidoria utilizará o modelo do TRT da 12ª Região, padronizando a classificação das demandas, inclusive os subitens. “Com o novo sistema, podemos fazer um mapeamento minucioso das necessidades tanto do público externo quanto do público interno. Com esse diagnóstico, podemos tentar resolver as demandas antes que sejam motivo de manifestação na Ouvidoria. Atualmente respondemos às manifestações, mas é possível atuar de forma global, fazendo uso dos recursos tecnológicos disponíveis. Aqui no TRT, temos um sistema muito bom, entretanto há especificidades que precisam ser melhoradas para o cruzamento de dados e geração de relatórios. Mas, a ideia do Colégio de Ouvidores de unificação do sistema permitirá que toda a Justiça do Trabalho no país possa atuar conjuntamente para assegurar ao cidadão melhores respostas às suas demandas”, afirmou.
Na volta do II Encontro Nacional das Ouvidorias do Judiciário, realizado no Rio de Janeiro, no início do mês de junho, o desembargador veio convicto de que as ouvidorias precisam atuar no sentido também de prevenir. Uma das palestras do evento foi ministrada pelo ouvidor da Petrobras Distribuidora S.A., José Eduardo Romão. Segundo ele, o aumento da capacidade de processamento de dados e a inteligência artificial podem aperfeiçoar o serviço prestado pelas ouvidorias de órgãos públicos e empresas privadas, mapeando as principais demandas e áreas mais sensíveis. Segundo Evandro de Souza, no caso do TRT do Maranhão, já existe uma demanda para melhorar o sistema. “Queremos ter a capacidade de mapear as necessidades de forma que possamos dar respostas a determinadas demandas de forma antecipada”, observou.
O corregedor-geral da União, Gilberto Waller Júnior, defendeu que as Corregedorias e Ouvidorias atuem juntas em casos de menor gravidade, que podem muitas vezes ser solucionados com mais eficácia por meio da mediação. E, como não existe uma lei específica de proteção ao denunciante, deu uma orientação importante aos ouvidores: “Eles devem perguntar a quem denuncia se autoriza que as informações sigam para a corregedoria, assinando um requerimento”, explicou.