A ouvidora e desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), Márcia Andrea Farias da Silva, fez a abertura da 2ª Jornada de Trabalho Seguro realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), nesta terça-feira (6/12), no Auditório Ari Rocha, sede do Tribunal. O tema central da jornada para o biênio 2016/2017 é Transtornos Mentais relacionados ao Trabalho. 
O evento que integra o Programa Trabalho Seguro – Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho do TST/CSJT teve mais de 150 participantes incluindo magistrados, servidores do TRT-MA, profissionais de segurança no trabalho e estudantes da área da saúde de diversas instituições de ensino como UFMA, IFMA e CEUMA. Houve também a participação de representantes do INSS, SESI, SENAI, SENAC, SEBRAE, MPTE e Ministério Público do Trabalho. 
Gestora regional do Programa Trabalho Seguro no TRT-MA, a desembargadora Márcia Andrea destacou a importância do tema e a preocupação da Justiça do Trabalho em estabelecer parcerias com diversas instituições sociais para dar visibilidade ao assunto e, desse modo, contribuir para reduzir os riscos de acidentes de trabalho. “De acordo com dados do INSS, os transtornos mentais são apontados como a terceira maior causa de acidente de trabalho”, afirmou. Também participaram da mesa de abertura, o vice-diretor da Escola Judicial do TRT-MA, desembargador José Evandro de Souza, a superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Léa Cristina, o diretor regional do SENAC, Ahirton Lopes, e a pró-reitora de Recursos Humanos da Universidade Federal do Maranhão, Ana Flávia Moniz Costa.
Palestra - O psicólogo Leandro Luís Dantas Gouget fez a palestra de abertura da 2ª Jornada com o tema Saúde Mental no Trabalho e o Assédio Moral com base nos conceitos e informações disseminados através de cartilhas educativas como as do Ministério da Saúde e da Fiocruz. Também falou sobre situações que favorecem o assédio moral. Em síntese, na avaliação do psicólogo, o assédio moral é um sintoma atual da sociedade que provoca sofrimentos psíquicos e que deve ser visto no contexto das relações de trabalho e nos processos de trabalho. “O assédio moral é um somatório de violências”, resume. 
Leandro Gouget enumerou algumas táticas de assédio moral como a diminuição proposital das condições de trabalho, isolamento e recusa de comunicação, atentado contra a dignidade, violência verbal, física ou sexual. “Assédio é sempre uma relação de poder”, afirma.
De acordo com ele, as principais vítimas do assédio moral no trabalho são profissionais da área de saúde no trabalho, os militantes ou ativistas, profissionais competentes, minorais (homossexuais, negros, etc) e os adoecidos em decorrência de doença ocupacional.
Leandro Gouget evita dar enfoque ao perfil de assediado e de assediador por entender que, desse modo, a compreensão individualizada do fenômeno não resolve a questão ao mesmo tempo em que imputaria uma espécie de responsabilidade somente aos envolvidos pela situação de assédio. Ele ressalta que é importante compreender o fenômeno considerando como as práticas são reproduzidas nas relações de trabalho e nos processos de trabalho. De acordo com o psicólogo, é necessário que a saúde seja compreendida de forma integral.
Considera que o enfrentamento do assédio moral e do transtorno mental deve ser priorizado no espaço do trabalho pelas organizações, ressaltando a importância da parceria entre a área de recursos humanos e a responsável pela saúde do trabalhador, bem como seja assegurada a participação do trabalhador na análise das relações e processos de trabalho. 
Sugere que diante de uma situação de assédio, o afetado deve resistir buscando entre outras ações o apoio de profissionais da saúde mental, por exemplo, além de documentar, denunciar e se fortalecer coletivamente.