“A elaboração do Planejamento Estratégico, para os próximos cinco anos, e sua aprovação, por unanimidade, pelo Tribunal Pleno representou um marco inicial muito importante na implantação e execução de uma nova forma de atuação administrativa e jurisdicional em nosso Tribunal”, disse a desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva, presidente do Tribunal Regionl do Trabalho do Maranhão (TRT-MA), ao abrir o I Seminário de Gestão Estratégica do Tribunal. A desembargadora também fez o lançamento da cartilha do planejamento estratégico do TRT para os próximos cincos anos, alinhado às metas prioritárias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para 2010. No seu discurso, a presidente disse que o planejamento estratégico é um processo gerencial inovador através do qual se objetiva traduzir a estratégia de uma organização em termos operacionais. Ela explicou que o planejamento estratégico do TRT-MA foi elaborado com base na metodologia do Balanced Scorecard-BSC (indicadores de Desempenho Balanceado), sistema de gerenciamento de medição e desempenho, concebido no início da década de 90, por David P. Norton e Robert S. Kaplan, professores da Universidade de Harvard. A metodologia BSC centra-se na definição de uma missão (que é o propósito da organização); escolha de valores (que nortearão as ações) e a visão (aspirações quanto aos resultados a serem obtidos no futuro). No TRT, a execução da estratégia foi sistematizada em três perspectivas: a da sociedade, dos processos internos e a dos recursos. A perspectiva da sociedade está relacionada à missão, visão e valores institucionais do Tribunal. As perspectivas referentes aos processos internos (forma de agir) e recursos (estruturas física, humana e financeira) estão relacionadas a oito temas centrais. Os temas são eficiência operacional; acesso à justiça e efetividade; responsabilidade social e ambiental; alinhamento e integração; política institucional; gestão de pessoas; infraestrutura e tecnologia e orçamento. Aos temas estão relacionados 20 projetos e 17 objetivos estratégicos. Também foram definidos indicadores de desempenho (a forma como será medido e acompanhado o sucesso do alcance do objetivo estratégico) e fixadas as metas. A presidente destacou que foram definidos 48 indicadores e, para cada um, foi estabelecida uma meta. Entre eles, ela destacou o índice da taxa de congestionamento na fase de conhecimento e de execução; o prazo médio de julgamento; o índice de conciliação; o índice de capacitação; o acesso e funcionamento dos sistemas essenciais de Tecnologia de Informação, etc. A desembargadora Márcia Andrea destacou ainda a parceria com a Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão, que disponibilizou ao TRT o Sistema de Acompanhamento de Metas – SAM TRT 16, software desenvolvido por técnicos da Receita Estadual, e adaptado ao Tribunal, que permitirá o acompanhamento das ações desenvolvidas por cada setor, o cumprimento de prazos e o relatório do plano operacional para o órgão gestor do planejamento estratégico. A desembargadora disse que para que ocorra uma efetiva transformação organizacional, o planejamento estratégico terá que ser compartilhado com toda a organização, em todos os seus níveis. Ela disse ainda que é necessária uma mudança de paradigma, tanto de magistrados quanto de servidores, saindo dos padrões normais de realização de tarefas para que surjam novas idéias, novos procedimentos. “Precisamos do trabalho, do conhecimento, da inovação e da criatividade de todos, pois estes têm sido o diferencial para o sucesso de muitos nas últimas décadas. Temos que somar nossas competências para multiplicar os resultados almejados”, concluiu a presidente do TRT. Palestra – Em seguida, o desembargador João Carlos Ribeiro de Souza, do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, proferiu palestra sobre “A importância do Planejamento Estratégico para a modernização da Justiça no Brasil”. O desembargador falou sobre as dificuldades e facilidades para se implantar e executar o planejamento estratégico. Entre as dificuldades, ele destacou a falta de cultura de planejamento estratégico no Poder Judiciário e a quebra de paradigmas constituídos (rotinas de trabalho que podem ser feitas de outra forma, com menor custo pessoal e financeiro). Já uma das facilidades, segundo João Carlos de Souza, é o compromisso assumido pelos administradores (atuais e futuros) para dar prosseguimento às ações que vêm sendo realizadas. Programação – O seminário prossegue nesta terça-feira (20). O evento será aberto às 9h. Logo após, o secretário de Gestão Estratégica do TRT da 23ª Região, José Barbosa, fala sobre “A execução do Planejamento Estratégico”. Às 11h, será a vez do gestor de Tecnologia da Receita Estadual do Maranhão, auditor fiscal Akio Valente, abordar o tema “A importância do Sistema de Acompanhamento de Metas (SAM) na execução do Planejamento Estratégico”. Na ocasião haverá assinatura do convênio entre a Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão (Sefaz-MA) e o TRT-MA para cessão do SAM ao Tribunal. À tarde, das 14 às 17h, será realizado o Workshop de Projetos, ministrado pelo secretário de Gestão Estratégica do TRT da 23ª Região. Autoridades presentes - A vice-presidente e corregedora do TRT, desembargadora Ilka Esdra Silva Araújo, também participou do evento, além de outros desembargadores do Tribunal e juízes das Varas Trabalhistas. A juíza Sônia Maria Amaral Fernandes Ribeiro, coordenadora do Núcleo Planejamento Estratégico do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, representou a presidência do TJ. O presidente da OAB-MA, o advogado Mário de Andrade Macieira, também participou do evento. Presentes ainda o assessor de Planejamento e Gestão Estratégica do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, Willian Matsuo, além de servidores do TRT 23ª Região, do TRT-MA e representantes de outras instituições que trabalham com planejamento estratégico no Maranhão. Fotos: J. Roberto