Projeto Caminhos da Liberdade chega a Barra do Corda, Codó e Bacabal
O projeto Caminhos da Liberdade chegou aos municípios de Barra do Corda, Codó e Bacabal na primeira semana deste mês de novembro, reforçando a luta contra o tráfico de pessoas e trabalho escravo. Em cada cidade, foram realizados fóruns de debates com a participação da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedipop), Comissão Pastoral da Terra, profissionais da rede de assistência social, assistência à saúde, conselheiros tutelares e demais representantes da sociedade civil.
Além dos fóruns, a juíza titular da Vara do Trabalho de Barreirinhas e vice-coordenadora da Comissão de Combate ao Tráfico de Pessoas e Erradicação do Trabalho Escravo, Liliana Bouéres, também vem realizando palestras para alunos da rede estadual do Ensino Médio e para alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Foram visitadas as escolas Centro de Ensino Ardalião Américo Pires e Centro de Ensino Galeno Edgar, em Barra do Corda; já na cidade de Codó, o projeto foi realizado no Centro de Ensino Colares Moreira; e na cidade de Bacabal, no Centro de Ensino Manoel Campos Sousa, Centro de Ensino Educa Mais Prof. Maria Casimiro Soares e Centro Educacional Prof. Juarez Gomes.
A juíza Liliana Bouéres explicou que estudantes do Ensino Médio e do EJA foram escolhidos como público-alvo do projeto por muitos deles já estarem inseridos no mercado de trabalho, o que os torna mais vulneráveis a abandonar os estudos diante de promessas atraentes. “Orientá-los sobre os riscos e seus direitos é uma forma de prevenção”, afirmou a magistrada. Ela acrescentou que cada avanço nesse campo é uma conquista importante, pois o tráfico de pessoas e o trabalho escravo são caminhos sombrios que mantêm muitas pessoas na escuridão, especialmente em áreas remotas do país. “Acreditamos que, com o engajamento de todos, em projetos como este, é possível devolver a essas pessoas a luz, a luz da liberdade”, complementou a magistrada.
Também participaram dos encontros o servidor Esmar Taqueti, diretor de secretaria da Vara do Trabalho de Barreirinhas e secretário da Comissão de Combate ao Tráfico de Pessoas e Erradicação do Trabalho Escravo, e a servidora Edvânia Kátia, chefe do Setor de Gestão Documental e Memória, atuando pelo Centro de Memória.
Visita a Pureza
Durante a passagem por Bacabal, a juíza do Trabalho, Liliana Bouéres, visitou Pureza Lopes Loiola, maranhense da cidade de Bacabal que saiu em busca do filho Abel e se transformou em símbolo na luta contra o trabalho escravo no país. Graças à sua luta, o governo brasileiro reconheceu em 1995 a existência de trabalho análogo a de escravo no país. A luta de Pureza motivou a criação, em 1995, do Grupo Especial de Fiscalização Móvel pelo MTE. Em 1996, Pureza reencontrou seu filho Abel, depois de três anos de buscas. Sua história é interpretada por Dira Paes no filme Pureza, lançado em 2022. A obra já foi exibida em 35 festivais nacionais e internacionais, de 18 países, e conquistou, até o momento, 28 prêmios.
A juíza Liliana Bouéres destacou a importância de Pureza como exemplo nas palestras do projeto Caminhos da Liberdade, ressaltando que “sempre citamos o exemplo de Pureza nas palestras do projeto Caminhos da Liberdade porque é um exemplo de que há sempre um caminho em busca da liberdade”.
Projeto Caminhos da Liberdade
O projeto Caminhos da Liberdade foi lançado em São Luís no dia 11 de outubro com uma apresentação para os alunos do curso Técnico em Recursos Humanos do Centro Educa Mais Paulo VI.
O objetivo é alertar jovens e adultos sobre as diversas formas de exploração, em especial o tráfico de pessoas e trabalho escravo, e orientá-los sobre as formas de prevenção. Visa ainda fortalecer a rede de apoio formada por diversos profissionais que podem atuar no combate à exploração nas suas mais diversas formas.
A iniciativa busca ainda contribuir com o Pacto do Poder Judiciário para o fortalecimento da Agenda 2030 da ONU, um plano global para um mundo digno e sustentável.