Setembro Amarelo: Projeto Saúde Mental do TRT-MA promove ação de prevenção ao suicídio  

quarta-feira, 19 de Setembro de 2018 - 14:11
Marilda abriu o evento com um texto de exaltação à vida
Adriana e Melissa coordenadoras do CVV; Melissa fala sobre o trabalho voluntariado do CVV na prevenção do suicídio

No mês de prevenção mundial ao suicídio, o Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), aderiu à campanha do Setembro Amarelo e promoveu palestra com o tema "Prevenção ao Suicídio: falar é a melhor solução". O evento é uma ação do Projeto Saúde Mental do TRT-MA, e foi realizado na manhã de segunda-feira (17), no Auditório Professora Maria da Graça Jorge da Escola Judicial, reunindo magistrados e servidores que abraçaram a causa "Ajude-nos a ajudar".
As atividades proporcionaram o acesso a informações para a transformação de crenças e valores sobre os problemas sociais que possam despertar pensamentos suicidas, e evidenciou que a prevenção é possível. Flores e balões amarelos deixaram o auditório da EJUD16 mais alegre, e a partir de uma programação animada, os participantes puderam refletir e conhecer um pouco mais sobre o projeto de valorização da vida.
Marilda Amorim, chefe da Seção de Saúde, fez a abertura do evento com uma bela mensagem, de autor desconhecido, que traduzia a importância e o valor de nossas vidas, sonhos e alegrias, "... Só acreditando num futuro você conseguirá a paz para alcançar seus sonhos... Afinal, o que importa? Você importa!" e prosseguiu com a canção de Gonzaguinha "O que é o que e?”, que fala sobre a alegria de viver e de ser feliz, quebrando no momento, a tensão acerca do tema suicídio, que ainda é um tabu na sociedade.
Em seguida, as voluntárias e coordenadoras do Centro de Valorização da Vida (CVV) de São Luís, Adriana Melo e Melissa Claudino, falaram respectivamente, sobre o trabalho do CVV e sobre o suicídio, a fim de sensibilizar o corpo funcional do TRT-MA, para o reconhecimento de sinais de risco e acesso ao auxílio psicossocial, quando for o caso. 
"Às vezes um simples momento de reflexão é tudo que precisamos para enxergar a vida com outra percepção". Melissa Claudino levou a música "Daqui só se leva o amor" do Jota Quest, e sugeriu, de maneira dinâmica, que os participantes fechassem os olhos por alguns minutos e ouvissem a música com atenção, proporcionando um momento de relaxamento antes de começar a abordagem do tema suicídio. 
Adriana Melo conduziu a palestra "Como vai você?" e falou como é importante quebrar o tabu a respeito do suicídio. "O suicídio nada mais é do que o ato de tirar a própria vida, e além desse conceito, tem a autolesão e o forte desejo de chegar nas vias de fato. Ele está dentro de um processo de conflitos que a pessoa não consegue lidar, e deve ser combatido, por isso é extremamente importante falarmos sobre prevenção", afirmou.
Adriana comentou sobre os números do último estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que apontam que o suicídio tem crescido em todo o mundo, e que pelo menos 32 pessoas se matam por dia no Brasil. Dentre as principais causas de suicídio estão a solidão, necessidades de aliviar pressões externas, culpa, depressão, ansiedade, remorso, medo, fracasso e humilhações. "Há um mito em relação ao suicídio de que apenas determinado grupo de pessoas o cometem, mas este ato, acomete todas as idades e classe sociais, e gera um enorme impacto em quem está em volta, pois amigos, conhecidos, e até as pessoas que trabalham no resgate são impactadas, apesar de que os familiares sejam os que mais sofram", completou.
Compartilhando conhecimentos a partir da filosofia do Centro de Valorização a Vida, a palestrante falou ainda dos sinais que sugerem que a pessoa pode está pensando suicídio. Frases como “eu preferia está morto(a); eu sou um perdedor (a); os outros vão ser mais felizes sem mim; queria poder viajar, e nunca mais voltar; eu sou um fracasso; eu queria dormir para nunca mais acordar, entre outras, além de atitude de desleixo com a própria saúde, higiene pessoal e/ou aparência, isolamento, mudanças de comportamento, são os sinais que a gente pode intervir e deve oferecer ajuda". Por isso, “a importância de ouvir e saber escutar”, complementou Adriana Melo.
Grupo de Risco - Segundo a OMS, idosos com mais de 70 anos, jovens entre 15 e 29 anos, indígenas, pessoas com transtornos mentais e homens (estatísticas mostram que homens cometem suicídio 4 vezes mais que as mulheres), enquadram o grupo que oferecem maiores números. As motivações, geralmente são o desejo de culpar os outros, fugir de situações desagradáveis, ir para um lugar melhor e a busca pela paz.
Prevenção -  Falar é a melhor solução! Dialogar com pessoas de confiança; buscar ajuda médico-psicossocial; mostrar amizade e não deixar sozinha a pessoa que se enquadra nos fatores de suicidabilidade, dificultando acesso aos meios para cometerem o ato, é fundamental. 
CVV - É uma associação civil sem fins lucrativos que trabalha com prevenção ao suicídio desde 1962 e está engajada na promoção de atividades, por meio de voluntários que dão apoio emocional a todas as pessoas que querem e precisam conversar. O trabalho do Centro de Valorização à Vida é ajudar pessoas que querem se desenvolver e também auxiliar quem está sofrendo por algum motivo, seja ele qual for. Ligue 188 e receba apoio emocional.
Busque ajuda em locais especializados: 
Ministério Público do Estado do Maranhão - 3219 1600
Centro de Apoio de Direitos Humanos - 3219 1945
Ouvidoria MPMA - 0800 098 1600
Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão 3218 8700
Ouvidoria da Saúde - 160
Secretaria de Saúde do Município - 3214 7300
Ouvidoria Municipal de Saúde - 0800 2800 88 77
CRAS - Centro de Referência de Assistência Social - 135
CAPS - Centro de Atenção Psicossocial - 3222 9858
CVV - Centro de Valorização da Vida - 188 (ligação gratuita).
Projeto Saúde Mental
Ainda como parte das atividades do Projeto Saúde Mental, o médico Gustavo Rodrigues, lotado na Seção de Saúde do tribunal, aplicou questionários para magistrados e servidores na tarde de ontem (18), no auditório do Fórum Astolfo Serra, e na manhã de hoje (19), no auditório da Escola Judicial, com o propósito de “triar e identificar possíveis casos de ansiedade e depressão, para posterior orientação e acompanhamento apropriado”, afirmou. Ele também disse que a iniciativa visa a melhorar a qualidade de trabalho no âmbito do TRT16, especialmente no que diz respeito ao cuidado com a saúde mental, a partir de uma abordagem diferenciada sobre a questão. A ação deu continuidade à programação do Projeto lançado em maio de 2017, no II Encontro de Gestores da Justiça do Trabalho no Maranhão.
Redação: Kellyne Lobato (estagiária de Jornalismo)
Jornalista Responsável: Suely Cavalcante

Fotos: Ascom e Luiz Pires
 

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