Setembro Amarelo: TRT-MA sedia mais um evento sobre prevenção ao suicídio

terça-feira, 24 de Setembro de 2019 - 9:37
Psicóloga Jhessica Monteiro alerta sobre as condições que podem afetar a saúde mental.
Roda de conversa sobre hobbies com servidores do TRT-MA, mediada pelo médico Gustavo Rodrigues (ao centro).

Em adesão à Campanha Setembro Amarelo, o Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (Maranhão) promoveu mais um evento de conscientização e prevenção ao suicídio. Desta vez, por meio do Setor de Saúde, a iniciativa reuniu palestra e roda de conversa realizadas na manhã da última sexta-feira (20), no auditório Juiz Ari Rocha (prédio-sede do TRT-MA).
A psicóloga clínica Jhessica Monteiro ministrou a palestra "O que Realmente Importa?: Reflexões sobre Qualidade de Vida e Trabalho". E, na ocasião, fez uma trilha em relação a algumas condições que podem afetar a saúde mental, comprometendo vários aspectos, incluindo o bem-estar físico e emocional, e os relacionamentos sociais com a família, amigos e trabalho. 
"A ansiedade é um sentimento normal e importante para o ser humano, especialmente quando passamos por algumas situações de medo, mas até um determinado limite. Por outro lado, quando a coisa fica incontrolável e a nossa capacidade de concentração é afetada porque o medo deixou de ser um alerta de que algo está errado, e passa a ocasionar sofrimentos constantes sobre coisas que possam vir a acontecer, de tal modo a jogar a nossa qualidade vida lá para baixo, esse sentimento deixa de ser normal e saudável", explicou a psicóloga.
Jhessica alertou ainda que, atualmente, os sintomas da depressão e da ansiedade, em sua maioria, são ignorados: "Às vezes, por imaginar que nunca aconteceria com a gente ou com alguém do nosso convívio, por mais que os sinais sejam evidentes, a nossa tendência é ignorar, até que seja tarde demais". A psicóloga também ressaltou alguns comportamentos de risco e deu dicas de como ajudar e saber reconhecer que a pessoa precisa de ajuda.
"Irritabilidade, insônia, insegurança e tremedeira são alguns sintomas de ansiedade que também são gatilhos para depressão, muitas vezes despertados por episódios encarados como devastadores, o que também desperta a necessidades emergente de um alívio. Por outro lado, as mesmas práticas que podem gerar tédio e insatisfação para uns são motivos de bem-estar e felicidade para outros. Daí vem a complexidade do assunto e a importância do ouvir e demonstrar empatia para que, talvez, quem esteja ao nosso lado reconheça o valor da sua vida e não deixe espaços para pensamentos suicidas", orientou.
Segundo a palestrante, um levantamento feito recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrou que cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida anualmente e um número ainda maior de indivíduos tentam o suicídio, sendo esta a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. A OMS também diz que é possível prevenir o suicídio, e Jhessica Monteiro discorreu sobre o tema, que ainda é um tabu, com informações importantes.
"Os dados acerca do suicídio são alarmantes e, mesmo assim, pouco se fala sobre esse grave caso de saúde pública. Alguns estudos apontam que esses números poderiam ser evitados ou reduzidos consideravelmente se prevenidos, até porque quem tirou a vida, na verdade, queria se livrar da dor. E, como muito dito por aí, não é falta de força de vontade ou falta de Deus. É o pior desfecho de uma doença, como outra qualquer, ou até mais grave que muitas delas, a depressão", esclareceu.
Roda de conversa 
Após a palestra, aconteceu uma roda de conversa entre servidores do TRT-MA mediada pelo o médico Gustavo Rodrigues, lotado no Setor de Saúde. Na roda, foram compartilhados hobbies e atividades em favor do alívio do estresse. Participaram da conversa os servidores José Ribamar Santos Batista (Diretoria do Fórum Astolfo Serra), Jandilma Tereza Gomes Ferreira (Gabinete da Presidência), Marcos Antonio de Souza Silva (Coordenadoria de Gestão Estratégica, Estatística e Pesquisa) e Célia Cristina Nunes Muniz (aposentada).
Célia Muniz falou que encontrou no crochê, além do prazer, uma estratégia para manter a mente saudável. "É uma preocupação para muita gente o que fazer quando a aposentadoria chegar. Para mim, também foi, mas no primeiro Natal depois que deixei o Tribunal, fiz todos os enfeites da minha árvore manualmente. Todo mundo achou lindo e as encomendas começaram a chegar. Foi aí que adotei esse passatempo como um outro trabalho, e não menos prazeroso, pois me ajuda a manter a concentração, organização e ainda levo felicidade pra muita gente", contou.
Jandilma Tereza falou que é difícil definir um hobby específico, pois ela utiliza várias atividades que lhe dão prazer e a ajudam a desligar da rotina, que às vezes é estressante. "Eu gosto muito de cuidar do outro, tanto que, com a parceria de outros colegas, demos início ao Projeto Cuidar-se aqui no Regional justamente para aliviar as tensões no ambiente de trabalho. A música é outra coisa que me ajuda bastante. Como gosto de cantar e vivia cantarolando em todos os cantos, acabei despertando a atenção das pessoas à minha volta que, com os elogios, me encorajaram a procurar aulas de canto. Também tem o esporte, que além da mente, é super aliado para manter a saúde do corpo em dia", disse Jandilma que ainda compartilhou outras atividades.
Para Marcos Antonio, ficar com os filhos também é um dos momentos mais gostosos. "Sair para os momentos de lazer com os meus filhos me traz muita alegria, mesmo que em algumas vezes, eu fique apenas na plateia, assistindo-os brincar. A pescaria também é outra atividade que gosto bastante e exercita a minha paciência. O futebol com os amigos e também os dias em que estou na ASTRA XVI, praticando o esporte com os colegas de trabalho, é maravilhoso", disse e, com suas experiências, encorajou todos a darem um jeitinho para encontrarem tempo para fazerem algo de que gostem.
A meditação, como ponto positivo para encarar os momentos difíceis, é a prática escolhida pelo servidor Ribamar Batista. "Eu gosto muito da meditação, da dança e da cultura oriental como um todo. Ela me ajuda a manter o equilíbrio e extrai de mim muito prazer. A jardinagem também é outra coisa que eu amo fazer. Inclusive, aproveito o espaço do FAS para praticar. E também, para mim, é maravilhoso poder vir trabalhar todos os dias, pois gosto do que faço e, por mais que tenham dias mais estressantes, estar aqui, desempenhando essas atividades laborais, me deixa muito feliz", completou.
Por fim, Gustavo Rodrigues alertou: "O envolvimento com atividades prazerosas ou ligadas ao seu propósito de vida é uma das maneiras mais poderosas de manter a mente sã, e não há qualidade de vida sem saúde mental".

Redação: Kellyne Lobato (estagiária de Jornalismo).
Responsável: Rosemary Araujo.

 

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