Trabalho infantil: assistente social pede políticas públicas articuladas
A assistente social Poliane Mendes Gonçalves Chagas proferiu a Palestra “Prevenção e Enfretamentos do Trabalho Infantil”, no Workshop "Combate e Prevenção ao Trabalho Infantil", na última quinta-feira 15/12, no Auditório Ari Rocha, no prédio-sede do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA). Mestre em Desenvolvimento Socioeconômico pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), ela acredita em políticas públicas, entendidas como o Estado em ação, articuladas como a melhor maneira de combater e prevenir o trabalho de crianças e adolescentes. De acordo com Poliane Chagas, os números ainda são alarmantes e requerem ações urgentes.
A pobreza, segundo ela, é a principal causa do trabalho infantil, mas não é a única. Foram também enumeradas a insuficiência alimentar, o desemprego e até fatores culturais. Porém, a prevenção, assim como o combate, não pode se dar de forma isolada. “O combate tem que ser intersetorial”, disse. Segundo Poliane Mendes, isso é um grande desafio diante do atual “desmonte” estatal.
O Sistema Único de Saúde (SUS) serviu para ilustrar o raciocínio da palestrante. É comum, quando do atendimento de uma criança, não se associar o problema à atividade por ela desenvolvida. Por exemplo, é freqüente procurar-se um posto de saúde em virtude de algum problema provocado pelo trabalho em lixões, como uma doença de pele ou diarreia.
Poliane Mendes também manifestou grande preocupação quanto aos acidentes de trabalho envolvendo meninos e meninas. De acordo com ela, há uma subnotificação de casos. No final, a juíza Liliana Ferreira Soares Bouéres agradeceu aos presentes e afirmou que ações individuais podem fazer a diferença.