TRT-16 promove Roda de Conversa sobre a conscientização do autismo com pauta no aprendizado e no acolhimento

segunda-feira, 15 de Abril de 2024 - 11:30
Redator (a)
Gustavo Melo
Revisor (a)
Luane Freitas
Roda de conversa voltada à inclusão e acolhimento de pessoas com austismo reuniu grande público interessado no tema.
Palestrantes, servidores do TRT-16 e funcionárias da ASSEFAZ participam da roda de conversa da campanha de conscientização sobre o Dia Mundial do Autismo, celebrado no último dia 2 de abril.

Educação para promover a inclusão e o acolhimento, e compreender o autismo. Foi com esse objetivo que o Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região realizou uma Roda de Conversa na manhã da última quinta-feira (11/4), no auditório da Escola Judicial, que estava repleto de servidores, servidoras, terceirizados, terceirizadas, estagiários e estagiárias. Além disso, contou com a participação do público externo que acompanharam por meio da plataforma Zoom.

O evento, intitulado “Autismo não se cura, se compreende: um guia básico para identificar, entender e agir”, foi desenvolvido pelo Setor de Saúde e pelo Setor de Acessibilidade e Inclusão, e faz parte da campanha de conscientização sobre o Dia Mundial do Autismo, celebrado no último dia 2 de abril. O encontro debateu temas como a inclusão social e o respeito às pessoas com autismo e seus familiares, suas principais características, bem como os cuidados necessários. A roda de conversa contou com a participação de três especialistas: a terapeuta ocupacional Lunna Campos, a médica da família Wilka Castro e a fisioterapeuta e fonoaudióloga Cynthia Rolim.

A responsável pelo Setor de Acessibilidade e Inclusão do TRT-16, Gisélia Castro, realizou a abertura do evento, destacando a relevância do círculo de conversa, com o intuito de dar mais visibilidade para o tema do Transtorno Espectro Autista (TEA), e aproveitou para agradecer as convidadas e a Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (ASSEFAZ). A parceria na realização do encontro, alinha-se à Meta 3 do Planejamento Estratégico da Justiça do Trabalho 2021-2026, que busca reduzir barreiras de acesso para pessoas com deficiência, além dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nºs 10 e 16 da Agenda 2030 da ONU, promovendo a inclusão social de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Ao iniciar a conversa, a médica da família Wilka Castro apresentou os símbolos da causa e um histórico da evolução da nomenclatura do autismo. A primeira denominação "Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo" foi dada em 1943. Desde então, a sociedade passou por diversas evoluções, como, por exemplo, a fundação da Associação de Amigos do Autista (AMA) em São Paulo, no ano de 1983. A médica também enfatizou o papel da família no processo de diagnóstico e, principalmente, de cuidado. Segundo ela, a família também precisa ser acolhida, considerando os inúmeros desafios enfrentados, sobretudo pelas mães.

Seguindo a conversa, a fonoaudióloga Cynthia Rolim abordou o processo da comunicação do espectro autista. Ela detalhou as formas de linguagem e interação, destacando as características em cada fase do desenvolvimento, e enfatizou a importância de que as crianças adquiram habilidades tanto na linguagem verbal quanto na não verbal para uma comunicação eficaz. Cynthia aproveitou o momento para apresentar alguns aspectos que estão sujeitos à atenção da família, entre eles, pausas durante a fala, disfunção sensorial para comer, dificuldade na linguagem receptiva e expressiva, dificuldade no repertório (vocabulário), dificuldade para conjugação de verbos, entre outros. No final de sua exposição, pontuou que mais importante que a fala é a comunicação, pois a criança pode usar funções alternativas para expressar aquilo que está sentindo. Pois em todas as idades, a comunicação é um poder humano básico.

Por último, a terapeuta ocupacional Luanna Campos fez uma apresentação sobre o sistema sensorial e sua relevância para os seres humanos, pois ele está diretamente ligado a um conjunto de órgãos que apresentam receptores sensoriais capazes de identificar e transmitir estímulos. Além disso, o sistema sensorial é formado pelos sistemas auditivo, visual, olfativo, gustativo, tátil, vestibular, proprioceptivo e interoceptivo. E aí está o maior ponto de atenção, pois, segundo a terapeuta, 90% das pessoas com autismo podem ter disfunção de integração sensorial. Luanna falou ainda que todos precisam compreender a causa, mesmo sem histórico familiar de TEA.

No encerramento da Roda de Conversa, os participantes aproveitaram a oportunidade para esclarecer algumas dúvidas junto às especialistas, valorizando o ambiente de conversa e debate em torno de um tema de tamanha relevância.

Certificado
A Escola Judicial da 16ª Região emitirá certificados para os inscritos nas palestras. Os participantes devem acessar o Portal da EJud16 para responder um questionário de avaliação pós-evento sobre os conteúdos e conhecimentos adquiridos.

Autismo
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o autismo afeta uma em cada 100 crianças no mundo. De acordo com os dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), no Brasil, 6 milhões de pessoas convivem com o TEA no país. Assim, a ONU criou em 2007 o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, com o objetivo de expandir as informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano. O TEA pode apresentar-se em três níveis, sendo definidos pelo grau de suporte que a pessoa requer: nível 1 (suporte leve), nível 2 (suporte moderado) e nível 3 (suporte elevado).

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