TRT-MA adere à campanha nacional contra o Trabalho Infantil lançada nesta quarta-feira (22)
O Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (16ª Região), por meio da Comissão Regional de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, aderiu à campanha nacional “Criança não deve trabalhar, infância é para sonhar” lançada nesta quarta-feira (22/5), pela rede nacional de entidades parceiras que atuam na prevenção e combate ao trabalho infantil. No Maranhão, a campanha é encampada pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil do Maranhão (FEPETIMA), do qual o TRT-MA faz parte. A campanha faz parte das ações pelo 12 de junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.
Para lançar a campanha, a rede nacional programou um twittaço, às 10h, para chamar a atenção sobre a perversidade e a proibição do trabalho infantil. A hashtag #infanciasemtrabalho foi usada por diferentes pessoas e instituições que compõem a Rede Nacional de Combate ao Trabalho Infantil.
Com o tema “Criança não deve trabalhar, infância é para sonhar”, o objetivo da campanha é sensibilizar e motivar uma reflexão da sociedade sobre as consequências do trabalho infantil e a importância de garantir às crianças e aos adolescentes o direito de brincar, estudar e sonhar, vivências que são próprias da infância e que contribuem decisivamente para o seu desenvolvimento.
A campanha é uma realização do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Orgnaização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com os Fóruns Estaduais de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.
DADOS NACIONAIS
O Brasil tem 2,4 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos trabalhando, de acordo com dados do IBGE (PNAD 2016). Eles trabalham na agricultura, na pecuária, no comércio, nos domicílios, nas ruas, na construção civil, entre outras situações.
As regiões Nordeste e Sudeste registram os maiores contingentes, representando respectivamente 33% e 28,8% dessa população de meninas e meninos trabalhando. Nestas regiões, em termos absolutos, os Estados de São Paulo (314 mil), Minas Gerais (298 mil), Bahia (252 mil) e Maranhão (147 mil) ocupam os primeiros lugares no ranking entre as unidades da Federação. Nas outras regiões, ganham destaque o estado do Pará (193 mil), Paraná (144 mil) e Rio Grande do Sul (151 mil).
A erradicação de todas as formas de trabalho infantil até 2025 é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O Brasil é signatário do acordo. “Por isso, é tão importante acelerar o ritmo da redução do trabalho infantil para que seja possível alcançar a meta”, defende Isa Oliveira, secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).
ACIDENTES E MORTES
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, o Brasil registrou nos últimos 11 anos (2007 a 2018), 43.777 acidentes de trabalho com crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos. No mesmo período, 261 meninas e meninos perderam a vida trabalhando. Os detalhes do levantamento estão no site do FNPETI. (http://www.fnpeti.org.br/noticia/2130-mais-de-43-mil-criancas-e-adolescentes-sofreram-acidentes-de-trabalho-nos-ultimos-11-anos-no-pais.html).
LEGISLAÇÃO
Segundo a Constituição Federal, o trabalho é permitido apenas a partir dos 16 anos, desde que não seja em condições insalubres, perigosas ou no período noturno. Nesses casos, é terminantemente proibido até os 18 anos. A partir dos 14 anos, é permitido contrato especial de trabalho na condição de aprendiz, com o objetivo de oferecer ao jovem formação profissional compatível com a vida escolar.
MOBILIZAÇÃO
A mobilização de 2019 faz parte também da celebração dos 25 anos do FNPETI, dos 100 anos da OIT e dos 20 anos da Convenção 182 da OIT, que trata das piores formas de trabalho infantil.
A Rede Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, coordenada pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), é formada pelos Fóruns Estaduais de Erradicação do Trabalho Infantil, e por entidades como Organização Internacional do Trabalho (OIT), Ministério Público do Trabalho (MPT), Fundação Abrinq, Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Plenarinho, Salesianos, Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Instituto Aliança, Circo de Todo Mundo, dentre outras.
PETECA
Durante o mês de junho, o Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (PETECA) realizara mais de 2 mil atividades envolvendo 17 mil professores e 400 mil alunos de 2 mil escolas em 150 municípios cearenses. As ações podem ser acompanhadas no blog e na página do Peteca no facebook.
CONAPETI
A campanha contará também com a participação de adolescentes e jovens de todo o Brasil engajados na luta contra o trabalho infantil através dos Comitês de Adolescentes pela Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, em níveis nacional (CONAPETI), Estaduais (CEAPETI), Regionais (CRAPETI) e Municipais (COMAPETI).
Com informações do Peteca2008blogspot.