O Dia Internacional do Meio Ambiente (5/6) foi comemorado nesta terça-feira, no Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA), com uma sessão do documentário “Lixo Extraordinário” e debate sobre o tema. O documentário, com direção de Lucy Walker, aborda o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz no Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário do mundo em volume de recebimento diário de lixo. O aterro, que foi fechado no último domingo, funcionava em Duque de Caxias (RJ), na Baixada Fluminense.

Vik Muniz enfoca o trabalho e a vida de alguns catadores de material reciclável do Jardim Gramacho, entre eles, Tião Santos, presidente da Associação de Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho (ACAMJG); Valter Santos, vice-presidente da ACAMJG; Zumbi; Isis e Suelem. O documentário foi filmado entre agosto de 2007 e maio de 2009. Vik Muniz mostrou a realidade dos catadores; o trabalho ganhou repercussão e mudou a vida de muitos catadores.

Ele também se emocionou com os depoimentos e as histórias de cada um deles. Um desses depoimentos foi o de Valter Santos, na época, com mais de 26 anos como catador de material reciclável. Com um entusiasmo ímpar e disponível para ajudar, Valter dizia ter orgulho de ser catador e de representar 2500 catadores. Conforme o documentário, ele faleceu algum tempo depois de conhecer Vik Muniz.

Debate – A secretaria de Gestão Estratégica e Estatística do TRT-MA, Stael Cavalcanti Martins de Araújo, coordenou o debate sobre o tema abordado no documentário. Stael Araújo agradeceu a presença de todos que participaram do evento, ressaltando a importância do Dia Internacional do Meio Ambiente.

Para o advogado Stephano Pereira Serejo, assessor jurídico e representante da Secretaria Municipal do Meio Ambiente no evento, o filme retrata a realidade do Brasil na questão referente ao tratamento de seus resíduos sólidos. Por outro lado, segundo ele, o filme também mostra que a mudança de comportamento de algumas pessoas pode transformar toda uma comunidade.

O servidor Luiz Pires, ex-presidente da Comissão Ambiental do tribunal, ficou emocionado com o documentário. Ele destacou que o aterro do Jardim Gramacho foi fechado no último domingo (3). Luiz Pires disse que o fechamento foi feito de forma responsável, em parte em função do documentário. Luiz disse, ainda, que cada catador foi indenizado com cerca de R$ 14 mil. Dos 1400 catadores do Jardim Gramacho, 500 resolveram continuar no local para trabalhar com coleta seletiva. Os outros decidiram usar o dinheiro para começar uma nova vida.

Ele destacou, também, que São Luís está de parabéns porque não existe catador de material reciclável no Aterro Sanitário da Ribeira.

Luiz Pires foi elogiado e homenageado pelo trabalho que realizou no TRT à frente da Comissão Ambiental, e pelas ações que continua desenvolvendo pela preservação do meio ambiente.

Anícia Ewerton, uma das integrantes da Comissão Ambiental do TRT-MA, falou sobre a emoção de assistir ao documentário agora com uma visão ambiental, uma vez que agora está engajada na agenda ambiental do tribunal. Ela disse que o calendário ambiental do TRT está sendo atualizado, especialmente com a breve retomada da coleta seletiva, e que agora o mais importante é sensibilizar as pessoas para a importância das ações em prol de um meio ambiente sustentável, especialmente com as atividades no tribunal.

Convênios - Gabriela Gaspar Bello, diretora da Secretaria de Coordenação Administrativa, falou sobre os convênios que existem entre o TRT-MA e Ascamar (Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis), para a doação de materiais sólidos, exceto papel e papelão; coleta seletiva, parceria com o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, que prevê a coleta de papel e papelão para reciclagem, cuja renda adquirida com a venda do material é destinada ao Hospital Aldenora Bello, unidade de referência no tratamento do câncer no Maranhão.

Gabriela Bello afirmou que o TRT está tentando renovar o convênio com a Associação Amigos do Futuro, visando à reciclagem de tonner e garantiu que está em fase de finalização um convênio com a Companhia Energética do Maranhão (Cemar), que disponibilizará, semanalmente, um posto de coleta no Fórum Astolfo Serra, para recolher material reciclável doméstico. A pessoa que coletar o material cadastra-se na Cemar e garante desconto na conta de energia.