TRT-MA participa de congresso que destaca a importância da comunicação nos órgãos da Justiça brasileira

terça-feira, 15 de Outubro de 2013 - 8:57
Redator (a)
Rosemary Araujo
Revisor (a)
Rosemary Araujo
Abertura do CONBRASCOM 2013
Des.Doralice Novaes, Des.Ivan Sartori, Ricardo Kotscho, Ana Brambilla, Des.Ney Freitas e Roberto Cabrini.

Com o tema central “O Papel da Comunicação no Judiciário Contemporâneo”, foi realizado o IX Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça - CONBRASCOM 2013, na cidade de São Paulo-SP, nos dias 10 e 11 de outubro. O Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA) participou do evento, representado pelas servidoras Rosemary Araujo (Seção de Comunicação Social) e Edvânia Kátia (Centro de Memória e Cultura).

Na abertura do Congresso, que contou com a presença de diversas autoridades do Judiciário paulista e grandes nomes da comunicação brasileira, a presidente do Fórum Nacional de Comunicação & Justiça (FNCJ), Rosângela Sanches, levantou reflexões sobre aspectos que a comunicação precisa esclarecer, fortalecendo o Poder Judiciário junto à sociedade, via políticas de comunicação, mostrando à população que a Justiça é fundamental, imprescindível.

A presidente do TRT2-SP, desembargadora Maria Doralice Novaes, considerando o papel dinâmico da comunicação, observou: “Nesses novos tempos, favorece-se a comunicação colaborativa, e a Justiça deve aproveitar as mudanças para buscar o auxílio da comunicação institucional”.

“Falar em nome do Judiciário exige um profissionalismo apurado e, às vezes, não somos compreendidos e é aí que entram nossos assessores, para fazer essa mediação, tornando nossas notícias mais didáticas para a imprensa e para a sociedade, de forma bastante digerível, pois estão familiarizados com os termos jurídicos afetos ao nosso dia a dia. A transparência é fundamental”, considerou o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori.

A conferência de abertura, com o tema do congresso, foi proferida pelo jornalista Ricardo Kotscho, de renome internacional, ganhador de diversos prêmios, dentre eles, o Troféu Especial de Imprensa da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2008, e autor de 20 livros publicados. Kotscho chamou a atenção para a responsabilidade do comunicador junto à sociedade: “Hoje temos milhões de formadores de opinião, numa democratização da informação. O desafio agora é saber o que colocar nas plataformas eletrônicas de comunicação, de forma útil, preocupando-se com o conjunto da sociedade, ouvindo a quem servimos”.

Ana Brambilla, jornalista dedicada aos estudos das redes sociais e pesquisadora de processos colaborativos no jornalismo digital, no painel sobre comunicação institucional, defendeu o valor da humanização no processo de interação da instituição com seus usuários: “Valorizar a humanização é extremamente importante para melhorar a imagem de qualquer instituição. Se eu conheço meu semelhante, eu consigo me aproximar mais dele”.

No mesmo painel, referindo-se à necessidade de expansão e aprimoramento da comunicação interna do Judiciário, o desembargador Ney José de Freitas (TRT9-PR) considerou que “são as escolas judiciais que vão criar o juiz do futuro, consciente da sua função na sociedade, profundamente comprometido com a ética e com a formação interdisciplinar. Um juiz sensível a essas questões compreende que por trás de processos existem pessoas e, daí, preocupa-se com a comunicação com equilíbrio, sem se deixar levar pelo espetáculo das massas”.

No segundo dia, o destaque foi a participação do jornalista Roberto Cabrini, do programa Conexão Repórter, do SBT. Ele fez um apanhado histórico da prática jornalística que adquiriu ao longo de seus 34 anos de carreira, que já lhe renderam mais de 3 mil entrevistas e mais de 120 documentários. Citando casos pitorescos e esclarecedores dos bastidores de reportagens de destaque durante a evolução conquistada pela televisão nas últimas décadas, Cabrini considerou: “Houve uma revolução tecnológica e nem todos estão prontos para ela. São novos tempos em que um cidadão comum, com um laptop, vira repórter. E isso afeta nosso trabalho, forçando o jornalista a se aperfeiçoar no trato do cidadão”. Após a exibição de um vídeo sobre suas principais reportagens, o jornalista finalizou sua palestra afirmando que “os jornalistas podem, com a ajuda do Poder Judiciário, explicar para o cidadão comum o que é a Justiça, o que é ser um cidadão. O jornalismo só vale quando serve à população”. 

O congresso foi encerrado, na noite do dia 11, com a solenidade de entrega do IX Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça. O TRT-MA, por meio da Seção de Comunicação, ficou entre os finalistas nas categorias Projeto Temático e Publicação Especial, desenvolvidos no ano passado, porém, não foi premiado.

CONBRASCOM – O Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça foi criado por ocasião do Encontro Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça. O evento tem edições anuais e possui ampla aceitação e reconhecimento técnico entre os profissionais de comunicação, comunidade acadêmica e os setores da Justiça.

Utilizando a dinâmica de debates, painéis e conferências, o CONBRASCOM visa estimular o desenvolvimento de uma política de comunicação voltada para o esclarecimento do cidadão, assim como contribuir para a democratização das instituições e o acesso à Justiça.

O Congresso é direcionado a assessores de comunicação do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensorias, Tribunais de Contas, Ordem dos Advogados e instituições afins, além de ministros, juízes, procuradores e promotores de Justiça, bem como jornalistas e estudantes universitários.

Fórum Nacional de Comunicação & Justiça (FNCJ) – Entidade que promove o CONBRASCOM. Considera que a informação, como prevê a Constituição, é um bem público, e que, portanto, a comunicação deve pautar-se pelo interesse coletivo e pela inclusão social.

O FNCJ é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, fundada no dia 27 de março de 2002, ao final do III Encontro Nacional dos Assessores de Comunicação do Poder Judiciário e Ministério Público, realizado em Alagoas. O objetivo do Fórum é ampliar o debate sobre a comunicação na Justiça, envolvendo juízes, procuradores, promotores, jornalistas, publicitários, organizações governamentais e não-governamentais, bem como a sociedade civil, de forma a construir organizações onde a comunicação esteja a serviço do cidadão.

São membros efetivos do Fórum todos os assessores de comunicação que estiverem trabalhando nas assessorias de comunicação dos órgãos do Poder Judiciário e Ministério Público. São membros colaboradores juízes, jornalistas, procuradores, promotores de Justiça, pesquisadores e professores universitários.

 

Fotos: TJ-SP e Rosemary Araujo.

 

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