XVIII EBJUT: Bibliotecários da Justiça do Trabalho conhecem a história e as instalações da Biblioteca Pública Benedito Leite
Reconhecida internacionalmente pela tradição na formação de leitores e preservação da memória bibliográfica do Maranhão, a Biblioteca Pública Benedito Leite foi o local de encerramento do primeiro dia do XVIII Encontro de Bibliotecários da Justiça do Trabalho (EBJUT). Em uma visita guiada realizada na tarde dessa quarta-feira (4), bibliotecários dos TRTs de todo o Brasil e outros profissionais da área puderam conhecer a história da criação da biblioteca e um pouco do trabalho desenvolvido pelos funcionários.
A diretora da biblioteca, Aline Nascimento, foi quem recebeu os participantes da EBJUT. Em sua fala de acolhimento, a bibliotecária confessou sua alegria pela visita e destacou o empenho da chefe do Setor de Biblioteca e Gestão Documental do TRT-MA, a servidora Raimunda Nonata Araújo Teixeira, em promover esse momento durante a programação do evento.
A diretora destacou também que a Biblioteca Pública Benedito Leite é a segunda mais antiga do Brasil, com fundação datada em 24 de setembro de 1829. Com o desafio de fomentar novos leitores e preservar mais de 140 mil obras, a instituição ainda é referência em acessibilidade. "A Benedito é a única biblioteca do Maranhão que tem acessibilidade física e informacional", afirma Aline Nascimento. Segundo ela, o trabalho voltado para garantir a inclusão desses leitores vem trazendo resultados positivos. "Com esse trabalho sendo otimizado desde 2015, nós conseguimos estar entre as 10 bibliotecas públicas do Brasil com certificação de acessibilidade. Por conta disso, já fomos apresentar em seminários internacionais", conta.
A visita deu continuidade com a apresentação do acervo da casa pela bibliotecária Porfíria Lobão. Entre as obras, há espaço para literaturas estrangeiras e nacionais e um acervo referente à história política do Maranhão. Além disso, a biblioteca conta com obras de arte, coleções de jornais maranhenses, desde a independência (1822), e manuscritos do século XVIII. O estagiário de biblioteconomia, Lucas Cantanhede, apresentou manuscritos originais de autores como Machado de Assis e Arthur Azevedo, datados de 1887.
Os servidores da Justiça do Trabalho (JT) ficaram encantados com a beleza das instalações. De acordo com a diretora Aline Nascimento, anteriormente, o local era sede de um batalhão militar e que foi demolido para construção da biblioteca. A turismóloga Thalyne Mendes foi quem mostrou as dependências da biblioteca. A sede da biblioteca pública é uma imponente construção do estilo neoclássico, contendo cobertura, com vista para toda a cidade, escadaria de acesso, cúpula central, alas semicirculares e vão de janelas encimados por frontões. No ano passado, a Revista Bula divulgou uma enquete em que o público definiu a Benedito Leite como uma das 15 bibliotecas mais bonitas do Brasil.
Levando leitura ao interior do Estado
Segundo o Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), o Maranhão é o estado que possui menos bibliotecas nas escolas, mas é o que mais as inaugurou nos últimos dois anos. A bibliotecária Cláudia Feres relatou sobre o desafio de levar conhecimento com as instalações de novas bibliotecas no interior do Maranhão.
Segundo Feres, atualmente a instituição trabalha com duas redes de bibliotecas, uma delas é a rede estadual de bibliotecas Faróis do Saber. O trabalho é composto por visitas aos faróis em todo o estado, que totalizam 94 unidades, e são realizados relatórios em que constam a situação do acervo e das instalações. "Para gente, cada farol que nós vamos reinaugurando, entregando revitalizada para comunidade, é uma revitalização que passamos também", confessa a bibliotecária. Ela conta também que cada unidade passa ainda por uma capacitação e entrega de obras criteriosamente selecionados.
As bibliotecas na era digital
Conhecer a estrutura organizacional e as ações desenvolvidas pela Biblioteca Pública Benedito Leite reafirmou para os bibliotecários da JT a importância da profissão para a difusão de conhecimento a todos. Segundo a bibliotecária Márcia Lúcia Pimenta, do TRT-MG, a leitura e o conhecimento são a base de tudo e as bibliotecas são fundamentais para garanti-los à sociedade. "A partir do momento que a pessoa tem esse contato com a leitura desde criança, ela vai com certeza se tornar um profissional cujo o conhecimento será uma peça fundamental na sua vida. As bibliotecas públicas e escolares proporcionam a formação desse conhecimento", pontua.
A servidora do TRT-MG ainda parabenizou a biblioteca por promover a inclusão de pessoas com deficiência ao acesso à leitura e apontou as novas tecnologias como ferramentas essenciais para isso.
XVIII EBJUT e o intercâmbio de experiências
Participar desta edição do Encontro de Bibliotecários da Justiça do Trabalho mostrou-se uma ótima oportunidade para troca de figurinhas. Foi o que explicou a bibliotecária Emmannuela Caldas, do TRT de Campinas. "É o melhor momento de você discutir informalmente com servidores de outros regionais para trocar informações, conhecer dinâmica dos setores de outros estados e até encontrar soluções que podem ser aplicadas na sua unidade".
Já a bibliotecária Anastacia Oliveira, do TRT do Distrito Federal e Tocantins, ressaltou o trabalho do TRT-MA em promover o evento. "A experiência está sendo incrível e eu notei o esforço do Regional em receber a todos. Foi tudo preparado com muito capricho e muito bem pensado", observa a servidora.
Encerramento
Na sexta-feira (6), o TRT-MA despediu-se dos bibliotecários, profissionais e estudantes da área que participaram desta edição do EBJUT.
No último dia de programação, a doutora Valdirene Pereira da Conceição, professora do Departamento de Biblioteconomia da UFMA, ministrou a palestra "Catalogação descritiva com o uso do RDA: uso e implicações nos sistemas de gerenciamento de bibliotecas".
Logo em seguida, foi o momento da apresentação de boas práticas. A bibliotecária do TRT 10ª Região, Anastácia de Oliveira, abordou o tema "Critérios de aquisição para base de dados na perspectiva das bibliotecas dos Tribunais Regionais de Trabalho". Já Adriana Cristina Bósio Pires, Bibliotecária do TRT 2ª Região, apresentou "A Biblioteca vai ao TRT".
Pela tarde também houve outras apresentações de boas práticas. Maria Cleuza de Sales, bibliotecária do Regional 22 falou sobre o "TRT 22 no Salão do Livro do Piauí – SALIPI: um espaço de justiça, cidadania e cultura que ganhou visibilidade". Já as bibliotecárias do TRT-MA, Raimunda Nonata Teixeira e Mary Rose Viana Machado divulgaram uma "Amostragem da pesquisa do perfil sócio-cultural das estagiárias da Biblioteca do TRT 16: visão de mundo, aspirações, aprendizado e interesse pela leitura na formação profissional".
O evento finalizou na tarde da sexta-feira com a leitura da Carta de São Luís 2019." Os dados consistentes apresentados neste EBJUT, ofereceram subsídios para a carta, sendo o principal deles, a efetivação de uma rede horizontal e integralizada entre as bibliotecas", explicou Nonata Teixeira. Segundo ela, essa rede vai potencializar e racionalizar o uso dos recursos existentes, investindo na centralização do acesso, além de garantir a redução de gastos.
Para a servidora Nonata Teixeira, a repercussão positiva foi uma resposta a todo o planejamento de execução do evento, que ocorreu com o apoio de outros setores do TRT-MA. "O grau de satisfação dos participantes pelo conteúdo e receptividade em nossa cidade, evidenciam que os debates e discussões nesses três dias trouxeram ampla reflexão das atividades dos bibliotecários, suas experiências, suas atuações e serviços desenvolvidos", afirmou.
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Redação: Lucas Ribeiro (estagiário de Jornalismo).
Jornalista Responsável: Suely Cavalcante.