A antiga sociedade machista e hedonista atribuiu à mulher o pecado original e a elas as diabruras do mundo. Grande erro! Foram séculos de perseguição, com tantas mulheres queimadas como bruxas nas fogueiras da Inquisição ou as 129 mulheres queimadas vivas em uma fábrica de Chicago em 08 de março de 1857.  
Apesar de todas as notórias dificuldades que as mulheres ainda encontram nesta vida, percebe-se que nós vivemos um tempo de redenção do feminino; depois de ver tantas mulheres que morreram nas fogueiras da Inquisição e da intolerância, mulheres vilipendiadas e desprovidas de direitos básicos, sem direito a voto, sem voz, sem vez. O reconhecimento das mulheres é indispensável para termos um estado de direito efetivo, humanista, equilibrado e inclusivo. É o respeito à simbologia da Justiça, representada pela deusa grega Themis.
Como viveríamos sem a ternura da mulher que nos trouxe no ventre e nos deu de alimento o fruto de sua alma? Nada mais inóspito do que um lugar igual, sem o diferente, sem os mistérios femininos. "Mulheres", de Eduardo Galeano, este sim, é um manifesto à beleza, ao lirismo e à sensibilidade feminina, verdadeira ode a todas elas que trazem consigo a chave da vida. Nada seria mais inóspito do que um lugar sem a delicadeza e os mistérios femininos.
É dia de celebrar todas as mulheres do mundo, em especial às esposas, filhas, mães, irmãs e  amigas, e a vocês, mulheres que labutam nesta Casa de Justiça, deixo todas as minhas homenagens.

São Luís-MA, 8 de março de 2016.

JAMES MAGNO ARAÚJO FARIAS
Desembargador Presidente do TRT16